Prefeito põe fim ao Dia do Joca e troca Hino de Belford Roxo

O prefeito Waguinho conseguiu na Câmara aprovação do fim do “Dia do Joca” e mudança do hino da cidade

Aproveitando a véspera do feriadão, quarta-feira (6), o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (PMDB), mais conhecido na cidade como Waguinho, o exterminador do passado, mandou para a Câmara de Vereadores duas mensagens acabando com o feriado de 20 de junho, Dia do Joca, e com o Hino da Cidade. As mensagens chegaram à sede do Poder Legislativo alguns minutos antes da sessão e foram aprovadas pelos vereadores, sem que houvesse tempo hábil para avaliar os conteúdos e sem qualquer discussão ou questionamento. Apenas um parlamentar votou contrário, prometendo recorrer à Justiça, contra a tirania.
Enquanto uma grande parte da população se preparava para deixar a cidade, descansar ou passar o feriadão de quatro dias, Waguinho, já no entardecer da quarta-feira, enviou mensagens à Câmara de Vereadores, cumprindo aquela que parece ser sua meta política de acabar com as marcas históricas da emancipação de Belford Roxo, deixadas pelo primeiro prefeito do município, Jorge Júlio Costa dos Santos, o Joca. Depois de destruir o pórtico da cidade, praças públicas e outros marcos deixados pelo ‘joquismo’, na mensagem de nº 1559, ele revogou a lei nº 571, datada de 27 de fevereiro de 1997, que instituía no dia 20 de junho, acabando como o feriado chamado ‘Dia do Joca’, cuja data que marca o assassinato do ex-prefeito.

Recurso contrário no Ministério Público

O novo Hino de Belford Roxo teve sua estreia no desfile cívico da cidade
Rafael Barreto/PMBR

Na mensagem seguinte, de nº 1560, o ‘exterminador do passado’ altera o anexo da lei 157, datada de 15 de novembro de 1993, que estabelece o primeiro hino da cidade, e apresenta um novo hino, com autoria de Wellington de Sá e Talita de Sá. O novo hino já serviu para embalar os desfiles cívicos escolares no dia seguinte, 7 de Setembro, data em que as medidas foram publicadas. De acordo com o vereador Cristiano Santos, único a votar contra, não havia tempo para votar, sem ver a mensagem. “Mas já estou tomando as providências para recorrer ao Ministério Público (MP) contra essas arbitrariedades”, prometeu o vereador, que soma mais de 20 ações na Justiça contra o prefeito. Ele considera o prefeito com “um tirano, um ditador”, que pretende acabar com todas as marcas deixadas por Joca, inclusive já anunciou que vai mudar o nome do hospital Jorge Júlio.
>>Ninguém discute as ordens do prefeito – Apesar da população não concordar com tais medidas, Waguinho já disse, diante das câmaras de TV, que o povo votou nele duas vezes, no primeiro e no segundo turno. E por isso ele não precisa consultar ninguém para tomar medidas, pois já está autorizado pela população, através dessas duas votações. Certamente, por estas razões, as mensagens chegaram à Câmara sem precisar avisar a ninguém. Nem aos vereadores, que, dentre os 25 integrantes do Poder Legislativo, ele tem o apoio de 24 parlamentares. Aliás, durante as sessões plenárias, não há debates contrários ao governo, o povo não comparece e as galerias da Câmara são vazias durante os trabalhos da Casa.

por Davi de Castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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