Evoluindo com o tempo

Fotos: André Richers e Gabriel Valadão

Desde que a segunda geração do Volvo XC90 foi lançada no Brasil, no segundo semestre de 2015, o carro vem ganhando novidades com o passar do tempo. No final de 2016, a motorização à diesel (D5) foi apresentada e posteriormente a versão híbrida (T8) chegou em terras brasileiras. Este modelo inclusive foi o primeiro automóvel da Volvo no país a contar com esta tecnologia.
A motorização híbrida é composta pelo motor à gasolina de 2.0 litros, turbo supercharger, 4 cilindros, com 320 cavalos de potência (T6) combinada à um propulsor elétrico de 87 cavalos localizado no eixo traseiro. Trabalhando em conjunto, os dois motores podem entregar até 407 cavalos, 64 kgf.m de torque e aceleração de 0 à 100 km/h em apenas 5,6 segundos (no modo de condução Power).
O XC90 T8 é oferecido em duas opções de acabamento: Inscription e Excellence. A primeira é praticamente igual a versão Inscription oferecida nas motorizações gasolina e diesel. Apenas três itens que evidenciam a versão movida pelos dois motores: as rodas de aro 21”, o belo câmbio de marchas feito em cristal sueco transparente e a ausência de faróis de milha.
A segunda opção, Excellence, é uma versão focada principalmente na melhor experiência possível para os passageiros da segunda fileira. Os dois assentos traseiros possuem ajustes elétricos com 3 memórias de posição cada, aquecimento, refrigeração e massageadores. Além disso, o carro conta com uma

Fotos: André Richers e Gabriel Valadão

geladeira entre os bancos traseiros, suporte para tablets, mesas retráteis e até duas taças de cristal.

OPÇÃO DE 7 LUGARES

Nosso carro de teste foi o XC90 T8 Inscription 2018, que agora conta também com a opção de 7 lugares (modelo 2017 vinha apenas na configuração de 5 lugares). Como as baterias de íons de lítio são posicionadas no centro do veículo ao longo do túnel da transmissão, não se perde capacidade de mala e nem de espaço para as pernas dos ocupantes da terceira fileira de bancos. Outra vantagem desse posicionamento é que o centro de gravidade do carro fica mais baixo, melhorando ainda mais sua estabilidade.
Ao girar o botão de partida, o veículo liga fazendo apenas o uso do motor elétrico e no modo de condução Hybrid. Como não se escuta nenhum som, só é possível perceber que o modelo encontra-se ligado devido ao acendimento das luzes no painel de instrumentos e no display central. Além desse modo de condução, o veículo permite que o condutor escolha andar apenas com motor à gasolina (Modo AWD), apenas com motor elétrico (Modo Pure), com os dois motores entregando toda potência (Modo Power), terrenos acidentados e de pouca aderência (Modo Off Road) ou criar o seu próprio modo de condução (Individual). De acordo com a opção selecionada, a suspensão pneumática ajusta automaticamente a distância do carro em relação ao solo.
O veículo ainda permite que o condutor decida se quer poupar a carga de bateria apenas para o uso em velocidades mais baixas (Modo Save) ou se deseja carrega-las através do motor à gasolina (Modo Charge). O câmbio possui também uma posição de deslocamento sem o ser o D (Drive). No modo B (Brake), o carregamento da bateria é maximizado uma vez que tirando o pé do pedal do acelerador, simultaneamente a bateria do motor elétrico já é carregada sem ser necessário utilizar o pedal do freio. É possível carregar até 1/3 da bateria através da regeneração por meio de frenagens.

MODO ELÉTRICO

Fotos: André Richers e Gabriel Valadão

No painel de instrumentos digital, o mostrador do lado esquerdo mostra o velocímetro e o mostrador do direito informa o nível de combustível e o percentual de carga da bateria. Ao rodar com o carro nos modos Hybrid ou Pure, aparece um ponteiro que indica ao condutor o momento em que o carro deixará de ficar apenas no modo elétrico para começar a usar também o motor à combustão. Isso mesmo, você não leu errado. Mesmo no modo 100% elétrico (Pure), dependendo da aceleração que o motorista imprimir, automaticamente o carro muda o modo de condução para híbrido para não ter seu desempenho limitado. Não há uma velocidade específica para o motor à gasolina começar a funcionar, seu uso é solicitado de acordo com a força da aceleração.
Rodando no modo 100% elétrico, a autonomia da bateria em percursos urbanos variou entre 20 à 35 quilômetros. No modo híbrido, o carro fez uma média de impressionantes 18 km/l. Se levarmos em consideração que estávamos rodando em um carro de 2.319 quilos, de quase 5 metros de comprimento, com ar condicionado ligado todo o tempo e que passamos por breves congestionamentos, o consumo foi excelente.
Como trata-se de um modelo híbrido plug-in, o carregamento completo das baterias é feito por meio de tomada. No entanto, é necessário que seja uma tomada de 3 pinos, de 220 volts e com aterramento. A Volvo fornece uma consultoria gratuita para adaptar a residência do cliente. Atendendo a essas condições, o usuário decide em quanto tempo deseja carregar as baterias por meio de um aparelho que define a quantidade de corrente elétrica a ser utilizada no carregamento. Com 6 A, a bateria é carregada em 6 horas enquanto que usando 16 A, o tempo diminui para apenas 2,5 horas.

POUCOS PONTOS DE RECARGA

Fotos: André Richers e Gabriel Valadão

Em nossos testes na cidade do Rio de Janeiro, ainda não foi fácil de encontrar pontos de recarga e, em alguns deles, era necessário que o proprietário tivesse um adaptador próprio para a tomada. Por outro lado, com o aumento dos incentivos para veículos movidos a motores elétricos, a tendência é que seja crescente o número de pontos de recarga em um futuro breve. A própria Volvo vai ter toda a sua gama com versões híbridas em 2019 e toda a linha 100% elétrica até 2030.

Outra desvantagem em relação as outras duas motorizações do XC90 é o tamanho do tanque de combustível. São 50 litros de capacidade contra os 70 litros dos propulsores mais tradicionais. Para quem faz um uso mais rodoviário, o motor híbrido ainda não é melhor opção. Em estradas usa-se mais o motor a combustão e, consequentemente, a autonomia de um tanque cheio fica bem mais reduzida.
No entanto, além de um consumo mais consciente e sustentável, os modelos híbridos oferecem vantagens. No estado do Rio de Janeiro veículos com este tipo de motorização pagam uma alíquota de 1,5% de IPVA, enquanto que os modelos a diesel e a gasolina pagam 4%. Em se tratando de um carro de R$ 479.950,00, economiza-se R$ 11.998,75 de IPVA apenas no primeiro ano. Outra vantagem é para as famílias que usam o carro em percursos curtos no dia a dia, onde é possível fazer uso apenas do motor elétrico sem ter que se preocupar com os aumentos constantes nos preços dos combustíveis. Basta plugar o carro na tomada e visitar o posto quando der saudade.

*FICHA TÉCNICA:

Dimensões
Altura 1.776 (mm) 1,78 (m)
Largura 2.008 (mm) 2,01 (m)
Comprimento 4.950 (mm) 4,95 (m)
Peso (Kg) 2.125
Tanque (L) 50
Entre-eixos 2.984 (mm) 2,98 (m)
Porta-Malas (L) 314
Ocupantes 5

Mecânica
Câmbio automática com modo manual de 8 marchas
Tração 4×4
Direção elétrica
Suspensão dianteira Suspensão tipo braços triangulares e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas a ar.
Suspensão esquerda Suspensão tipo multibraço e traseira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas a ar.
Freios Quatro freios à disco com quatro discos ventilados.

*Dados do fabricante

Por André Richers

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