Governador também ressaltou que Rio não tem condições de voltar a pagar dívida com a União em 2020

Witzel ressaltou que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira, quando entregou a proposta de ajuste do Plano de Recuperação Fiscal do Rio. O principal pedido apresentado no documento foi o adiamento da retomada do pagamento do serviço da dívida do Rio com a União, em torno de R$ 13 bilhões, para 2023. Pela lei, o estado já tem que voltar a pagar o débito a partir de setembro de 2020.
“Discutir o pacto federativo é uma necessidade, mas há uma necessidade mais premente, que é o endividamento dos estados. Os estados mais ricos, que têm mais demandas sociais. Eu disse a ele: ‘ministro, até 2022 nós não vamos conseguir pagar as contas’. O salário do servidor está garantido. O servidor não vai pagar essa conta. Mas eu tenho dificuldade de pagar essa conta”, declarou o governador.
Segundo Witzel, o Rio de Janeiro – que aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal em setembro de 2017 – já deveria estar entrando numa regularidade, e isso não aconteceu. Ele destacou que só haverá alguma condição de voltar a honrar com a dívida em 2023, e que governos anteriores contrataram empréstimos, e muitos deles tiveram desvio de finalidade.
OPOSIÇÃO
O governador afirmou ainda que chegou a falar a Paulo Guedes que, se a situação não for resolvida, poderá levar o assunto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Witzel acrescentou que é contra judicializar temas que podem ser resolvidos na esfera administrativa, mas que, se necessário, vai discutir a questão da dívida do Rio com a União no Supremo.
Em seu discurso, o governador também ameaçou virar oposição do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) se a União não negociar o adiamento do pagamento da dívida do Rio com o Tesouro Nacional.
“Somos base do governo Bolsonaro. Tem que ter carinho. Eu também quero carinho. A União tem saídas… emite moeda, aumenta o cheque especial dele… os estados não têm saída”, Witzel defendeu. “Se não resolver o meu problema, viro oposição. Quem emprestou o dinheiro do estado? A União. Muito desse dinheiro teve desvio de função”.