Filha de vítima de feminicídio diz que viu ai matar a mãe, em Nova Iguaçu

                 O velório da dona de casa Elcida Teixeira Ambrósio dos Santos, de 36 anos, foi realizado nesta segunda-feira, no Cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em clima de muita comoção e revolta. A filha mais velha de Elcida, Evelyn Teixeira, de 18 anos, está inconsolável e sendo amparada por familiares.

— Eu quero a minha mãe, quero a minha mãe de volta. Eu vi tudo. Vi ele matar a minha mãe na porta de casa. Não pude nem socorrer a minha mãe. Não consegui fazer nada — disse a jovem, aos prantos.

Segundo a família, Elcida e Alexandre dos Santos Gonçalves foram casados durante quatro anos. Há há quatro meses, ela pediu a separação. Alexandre não aceitou a passou a fazer ameaças. Elcida registrou queixa e conseguiu uma medida protetiva.

No entanto, segundo Evelyn, a mãe retirou a queixa e decidiu dar uma nova chance a Alexandre. Os dois, porém, não conseguiram reatar e as ameaças voltaram.

Na noite de sábado, Alexandre foi procurar Elcida para conversar. Quando ela chegou no portão da casa, em Comendador Soares, bairro de Nova Iguaçu, o ex-companheiro esfaqueou Elcida. A vítima chegou a ser socorrida por familiares e levada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos.

Após o crime, Alexandre foi para um baile na Leão de Iguaçu. Mas lá, acabou sendo foi reconhecido por vizinhos da vítima, que chamaram a polícia. Ele foi preso por policiais militares do 20° BPM (Mesquita).

Elcida Teixeira deixa dois filhos e um neto, de 4 meses. Além deles, a dona de casa cuidava dos pais. Elias Ambrósio dos Santos, de 68 anos, foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) há quatro meses e está em uma cadeira de rodas.

Elias chegou ao velório da filha por volta das 11h30 e chorava muito. Sem condições de falar devido às sequelas, ele apenas balbuciou pedindo Justiça.

Cátia Cristina Dias Ribeiro, prima de Elcida, disse que durante os quatro anos relacionamento entre Elcida e Alexandre nunca ouviu relatos de agressão. Segundo ela, às ameaças só ocorreram quando Elcida decidiu pôr fim ao relacionamento. O sepultamento de Elcida está previsto para as 14h30.

 

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