Morte de adolescente em Niterói comove família de estudante vítima de bala perdida na Tijuca

‘Quero dar um abraço nesse avô’, disse Fabrício Alves, pai de Gabriel Pereira Alves, 18 anos, após saber da morte de Dyogo Coutinho

           Jogador das divisões de base do América, Dyogo Xavier Coutinho, de 16 anos, conhecido como Dondom, foi morto ontem por um tiro de fuzil disparado durante operação da PM na comunidade da Grota, no bairro São Francisco, em Niterói. A morte violenta do adolescente ocorreu três dias após o jovem Gabriel Pereira Alves, 18 anos, ser morto, também por uma bala perdida, enquanto esperava o ônibus num ponto da Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Zona Norte do Rio. O drama das duas famílias causou comoção e revolta.
Ontem, depois de saber da morte de Dyogo, Fabrício Moreira Alves, pai de Gabriel, fez um desabafo: “Quero dar uma abraço nesse avô”, disse ele  , emocionado, após ver pela TV que Dyogo foi socorrido pelo avô, motorista de ônibus que passava pelo local. “Eu parei o ônibus, coloquei no freio de mão, abri a porta, fui lá ver e era meu neto. Você imagina uma situação dessa? E os PMs lá. Ainda falaram que meu neto era traficante. Eu peguei ele no hospital quando ele nasceu. Peguei ele no colo. Olha o sangue dele. Acho que as autoridades têm que olhar um pouco melhor para as comunidades. Isso é uma vergonha. É uma coisa que me quebrou. Tô partido, morto por dentro”, desabafou à TV Globo Cristóvão Brito, avô de Dyogo, ainda com a camisa do uniforme de trabalho encharcada de sangue do neto — foi ele quem o socorreu e o levou para a Policlínica Regional do Largo da Batalha, onde o adolescente já chegou sem vida.

Jogador das divisões de base do América, Dyogo Xavier Coutinho, de 16 anos, conhecido como Dondom, foi morto ontem por um tiro de fuzil disparado durante operação da PM na comunidade da Grota, no bairro São Francisco, em Niterói. A morte violenta do adolescente ocorreu três dias após o jovem Gabriel Pereira Alves, 18 anos, ser morto, também por uma bala perdida, enquanto esperava o ônibus num ponto da Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Zona Norte do Rio. O drama das duas famílias causou comoção e revolta.
Ontem, depois de saber da morte de Dyogo, Fabrício Moreira Alves, pai de Gabriel, fez um desabafo: “Quero dar uma abraço nesse avô”, disse ele   emocionado, após ver pela TV que Dyogo foi socorrido pelo avô, motorista de ônibus que passava pelo local. “Eu parei o ônibus, coloquei no freio de mão, abri a porta, fui lá ver e era meu neto. Você imagina uma situação dessa? E os PMs lá. Ainda falaram que meu neto era traficante. Eu peguei ele no hospital quando ele nasceu. Peguei ele no colo. Olha o sangue dele. Acho que as autoridades têm que olhar um pouco melhor para as comunidades. Isso é uma vergonha. É uma coisa que me quebrou. Tô partido, morto por dentro”, desabafou à TV Globo Cristóvão Brito, avô de Dyogo, ainda com a camisa do uniforme de trabalho encharcada de sangue do neto — foi ele quem o socorreu e o levou para a Policlínica Regional do Largo da Batalha, onde o adolescente já chegou sem vida.

Colegas que jogavam bola com Dyogo e o técnico do time estiveram na Policlínica do Largo da Batalha, para onde o adolescente chegou a ser levado. O jovem ainda não era jogador federado, mas já treinava na categoria sub-17 do América. Para a família, fica o desejo de justiça e que os procedimentos adotados pelas forças de segurança no estado sejam revistos.
“Com essa mudança que os novos governos estadual e federal estão propiciando na área de segurança, esperamos que se atentem mais com os procedimentos ruins”, acrescentou a tia de Dyogo.
Dyogo tinha duas irmãs, de 7 e de 10 anos, que até ontem à noite não sabiam da morte do irmão. O corpo do adolescente deverá ser enterrado hoje
no Cemitério São Francisco Xavier, em Niterói. Procurado, o governador Wilson Witzel não se pronunciou. Por nota, a Polícia Militar confirmou que agentes do Comando de Operações Especiais fizeram uma operação na Grota, além das comunidades do Viradouro e Igrejinha.
Protesto em memória do amigo
Estudantes do Colégio Estadual Herbert de Souza, no Rio Comprido, organizaram, na tarde de ontem, uma manifestação para protestar contra a morte
de Gabriel. Vestido com camisas pretas e com cartazes nas mãos pedindo justiça, o grupo de aproximadamente 50 jovens caminhou da unidade de ensino, na Rua Barão de Itapagibe, até o bairro da Usina. O trajeto dura cerca de 50 minutos.

“Sou morador do Borel também, estava com ele quando foi baleado. A gente desceu como de costume. Escutamos alguns tiros quando já estávamos lá embaixo. Buscamos um lugar mais seguro e quando os tiros pararam fomos para o ponto. Aí, a gente escutou só mais um. Ele botou a mão no peito e falou: “Que isso, me acertou”, e logo depois já foi caindo no chão. É muito triste, estamos muito abalados. Nosso dia a dia é sofrido, temos que esperar os tiros acabarem para sair”, desabafou um adolescente.
A direção do colégio não participou do protesto. Mas, antes da aula, houve uma oração em memória de Gabriel e, em seguida, os alunos se abraçaram.
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