‘É um resultado indesejado’, diz porta-voz da Polícia Militar ao ser indagado sobre jovens mortos

Após seis jovens morrerem vítima da violência na Região Metropolitana nos últimos dias, o porta-voz da Polícia Militar, coronel Mauro Fliess, afirmou à TV Globo que não existe fracasso nas operações da Polícia Militar e que a corporação não vai admitir um “pré-julgamento” que indique a culpa dos agentes da PM pelos disparos. No início da tarde desta quarta-feira, Fliess afirmou que todas as ações são apuradas pela corregedoria da Polícia Militar e, em casos de mortes, também pela delegacia de homicídios. Todas essas mortes, que estão agora em apuração, não podem ser atribuídas à Polícia Militar. Não podemos responder por narcoterrotistas que portam arma de fogo, armas de guerra que entram ilegalmente no país

— Não existe fracasso. A Polícia Militar lamenta esses episódios (de mortes). Presta sua total solidariedade à essas famílias, também às famílias dos 32 policiais militares mortos este ano. Não podemos admitir nenhum tipo de pré-julgamento. Todas essas ações são apuradas não só pela nossa corregedoria, mas também pela Delegacia de Homicídios em caso de morte. Qualquer culpabilidade nesse sentido apontando para disparo da Polícia Militar é um pré-julgamento que a corporação não pode admitir — disse o coronel ao “RJ1”, da TV Globo.

Fliess acrescentou que as operações policiais são planejadas com o objetivo de preservar vidas.

— Todas as vidas importam. Isso é visto a cada momento. Só este ano, comparado com o ano passado, apresentamos uma redução de quase 800 mortes. É um esforço muito grande do Estado. Porém, todas essas mortes, que estão agora em apuração, não podem ser atribuídas à Polícia Militar. Não podemos responder por narcoterroristas que portam arma de fogo, armas de guerra que entram ilegalmente no país. Todas as nossas operações são planejadas com o principal objetivo de preservar vidas. É um resultado indesejado para a corporação, para toda a sociedade. O Estado buscará sempre apoiar essas famílias e buscar ações que minimizem esses resultados — acrescentou o coronel.

Da manhã da última sexta-feira até a manhã desta quarta-feira, também foram mortos a tiros Dyogo Costa Xavier de Brito, aos 16 anos, Gabriel Pereira Alves, de 18 anos, Lucas Monteiro dos Santos Costa, de 21, Tiago Freitas, de 21, e Henrico de Jesus Viegas de Menezes Júnior, 19 anos, e, nesta quarta-feira, Margareth Teixeira da Costa, de 17 anos. Dyogo e Henrico foram mortos durante ações da Polícia Militar. Gabriel, que também tinha o sonho de se tornar jogador de futebol, foi atingido por uma bala perdida a caminho para a escola, na Tijuca. Já Lucas e Tiago foram executados por um grupo que invadiu uma festa em Água Santa, enquanto Margareth morreu durante uma operação na comunidade 48, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ela tinha o sonho de ser policial militar.

O secretário estadual de governo, Cleiton Rodrigues, afirmou que o estado presta solidariedade às famílias vítimas da violência.

— Ontem mesmo o governador determinou que a secretária de vitimização para que contactasse essas famílias e desse todo o apoio que o estado possa e deva dar a essas e outras famílias vítimas da violência. Não há enfrentamento como estão colocando. Nós estamos combatendo narcoterroristas e máfias, pessoas que não tem escrúpulos e usam a sociedade como escudo humano. Repito: não há intenção da Polícia Militar em matar inocentes. As investigações serão feitas e os culpados ao final serão punidos. E não tenho dúvidas: os culpados são os narcoterroristas — disse o secretário estadual.

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