Menino de 4 anos morre após cirurgia de fimose em Hospital Estadual em Duque de Caxias

 

A Secretaria Estadual de Saúde investiga a morte de um menino de 4 anos após uma cirurgia de fimose no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A mãe, a vendedora Zaira de Macedo Santos, não consegue dormir nem comer. Para ela ainda é difícil acreditar na morte de Lucas Gabriel de Jesus.
“Não estou conseguindo dormir porque quando fecho o olho vejo quando ele estava lá, os médicos tentando socorrer ele. E ele com aquela língua toda branca. Não consigo fechar o olho. Só vejo essa imagem dele. Não dá para acreditar. Era um menino esperto, um menino comunicativo”, lamenta Zaira.
É assim que ela lembra do filho mais novo. Segundo ela, ele estava sempre sorrindo, feliz.
Mas tudo mudou na quinta-feira (15), no Hospital Adão Pereira Nunes. O menino operou fimose, e não acordou depois da cirurgia.
“Cheguei cedo, às 5h25, ele estava bem, estava brincando, encontrou amiguinhos, era de fazer amizade rápido. Ele estava superbem. Um menino ativo”, contou a mãe.
Até agora a família não sabe a causa da morte. A dúvida fica clara até no atestado de óbito: “depende de exames complementares”.
“Nem na autópsia deu a causa da morte do meu filho”, reclama a mãe.
A Secretaria Estadual de Saúde abriu uma sindicância para investigar o aconteceu na cirurgia. E decidiu afastar parte da direção do Hospital de Saracuruna. Funcionários denunciam que os médicos não monitoraram o coração do menino durante a operação.
“Uma criança de 4 anos foi fazer uma cirurgia eletiva. Uma cirurgia boba de fimose. E morre uma hora e meia depois da cirurgia e ninguém vê. A criança não estava no monitor, a criança não estava sob vigilância. A mãe achou que a criança estava dormindo e a criança tinha morrido. E ninguém sabe há quanto tempo a criança tinha morrido”, disse um funcionário que não quis se identificar.
O governo do estado, responsável pelo hospital pagou pelo enterro do menino, no fim de semana, na Baixada Fluminense. Para a mãe, não é o suficiente.
“Se ele estivesse doente, tudo bem. Mas um menino saudável, brincando, pulando e o menino sair dentro de um caixão? Não, não me conformo, não me conformo. Eu preciso de uma resposta”, disse Zaira.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que, logo após o falecimento de Lucas Gabriel de Jesus, abriu sindicância para apurar o atendimento ao menino e que afastou parte da direção do hospital. A secretaria disse ainda que destacou uma equipe multidisciplinar para prestar assistência à família da criança.
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