CPI do cemitério: Relatório apresentado pelos membros da comissão aponta irregularidades na venda de túmulos e jazigos

Vereadores Clecinho Sousa, Robson Souza, Fabiano Oliveira e Nilcélio Sá ouviram inúmeros relatos e documento ultrapassou as 700 páginas

 

Vereadores Clecinho Sousa, Robson Souza, Fabiano Oliveira e Nilcélio Sá ouviram inúmeros relatos e documento ultrapassou as 700 páginas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instituída para averiguar possíveis irregularidades nos cemitérios de Três Rios realizou nesta quinta-feira (dia 22), a leitura do relatório das situações apuradas. O relatório conclusivo apontou nomes de funcionários do Poder Executivo, do mandato anterior, envolvidos em vendas ilegais de túmulos, bem como de pessoas físicas que venderam o mesmo terreno a diversas pessoas, com possível indicação de funcionários do governo.

“Na maioria dos relatos, no momento dos processos de sepultamento, o titular comparecia a unidade apresentando documentação de posse e na administração do cemitério era informado pelo administrador que a documentação não tinha legitimidade, pois não constavam nos arquivos do administrativo. A pessoa que

vendera nem mesmo tinha propriedade no local”, resumiu o vereador Clécius Silva e Sousa (Clecinho), presidente da comissão.

Ao todo, foram mais de 30 casos ouvidos pelos membros da CPI, e dezenas de envolvidos que não compareceram para esclarecimentos. Ainda de acordo com o presidente da Comissão, existem vários processos na delegacia.

A CPI do cemitério foi instaurada em abril de 2018, pelo ex-presidente da Casa Legislativa Nilcélio Sá – secretário da CPI – com o objetivo de fazer um diagnóstico da situação dos cemitérios do município, após relatos de impedimentos em sepultamentos no município. De acordo com o parecer, foram encontrados irregularidades nas documentações e indícios de compras e vendas ilegais de túmulos, além de apontar envolvimento de funcionários do executivo nas transações.

“Muitos casos foram aparecendo durante o processo de investigação, que resultou no prolongamento da CPI. Um ano foi pouco, pois na medida que íamos recebendo mais casos, o prazo da comissão ia se encerrando e tivemos que reabrir o processo.

Nossa investigação ultrapassou as 700 páginas e o documento será encaminhado aos responsáveis nos próximos dias. Foram meses ouvindo sofrimento de famílias que, no momento mais difícil da vida, ainda tinham que lidar com essa situação covardia. Famílias desesperadas, porque muitas delas fizeram empréstimo para comprar um jazigo para a família”, explicou o vereador Robson Souza (Robson dentista), relator da CPI.

Após a leitura do relatório, o documento será encaminhado ao Ministério Público para dar andamento ao processo investigativo que poderá acarretar em punição administrativa dos envolvidos e conclusão dos trabalhos. “Espero que daqui para frente, haja punição a essas pessoas que enganaram tantas famílias e que as mesmas sejam ressarcidas por todos os danos”, finalizou o presidente da CPI, vereador Clecinho.

error: Conteúdo protegido !!