Em liberdade, Garotinho diz que ele e Rosinha estão com ‘as mãos limpas e consciência tranquila’

                                                                                                                                                                                                                    Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Após ter sido preso e solto pela quarta vez, o ex-governador Anthony Garotinho deixou o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, por volta das 10h30 desta quarta-feira. Ao deixar o local na companhia de advogados e da filha, a deputada federal Clarissa Garotinho, ele atribuiu a própria prisão a uma perseguição política (a mesma que o teria tirado das eleições passadas), garantiu não ter enriquecido com a política, afirmou que leva “uma vida simples” e que ele e a mulher, Rosinha Garotinho, estão com as “mãos limpas e consciência tranquila”.

O casal foi preso em uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil na terça-feira, no apartamento deles no Flamengo, na Zona Sul carioca. A acusação é de que eles teriam recebido propinas em dois contratos para construção de casas populares em Campos dos Goytacazes, no interior fluminense. Menos de 24h depois, a ordem para soltura veio do desembargador Siro Darlan, do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).

— (Atribuo a prisão) à perseguição política. Você acha que tem cabimento tirar alguém a poucos dias da eleição aqui? Na hora em que eu passo o Romário e vou para o segundo lugar, me tiraram — disse Garotinho, em referência às eleições para o governo do estado no ano passado, quando a Justiça Eleitoral barrou a candidatura dele com base na Lei da Ficha Limpa.

Vestido com uma calça jeans e uma camisa polo azul, na qual pendurou os óculos, Garotinho afirmou que ele e a mulher têm certeza de que são inocentes.

— Vamos em frente. Eu tenho minhas mãos limpas, minha consciência tranquila, a Rosinha também — defendeu o ex-governador.

Para Garotinho, as acusações que fez contra o ex-governador Sérgio Cabral, através de um blog pessoal, teriam sido um “fator agravante” para a suposta perseguição que estaria enfrentando hoje. Ele ainda fez críticas ao Judiciário.

— Eu não enriqueci na política, tenho uma vida simples. E há um fator agravante nessa situação toda: fui autor das denúncias no Ministério Público Federal (MPF) contra Sérgio Cabral e todo aquele grupo, que inclui pessoas de todas as esferas, e não estão satisfeitas comigo. Então, eu espero que a Justiça julgue fatos. Não fique julgando pessoas. Não podemos ter uma Justiça partidária, personalista. Gosta de um e não gosta do outro — afirmou Garotinho.

NOITE ‘TRANQUILA’

Questionado, o político também afirmou que teve uma noite “tranquila” em Benfica e não confirmou para onde iria ao deixar a prisão. Segundo ele, Rosinha passou a noite no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, e foi liberada pouco antes dele. A informação mais atualizada, divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap), era de que ela também estaria em Benfica.

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