Cais do Valongo recebe recursos para sua revitalização

Desde sua importante descoberta, em 2011, durante as obras da Zona Portuária do Rio de Janeiro. O Cais do Valongo, ruínas integrantes da “Pequena África” da cidade, tem a promessa de ser um museu a céu aberto desde que foi reconhecido como patrimônio mundial da UNESCO, e tombado como patrimônio da diáspora africana histórica do Estado do Rio de Janeiro, em 2017.
Numa segunda fase de sua revitalização, para esse objetivo o Rio recebeu o segundo aporte financeiro, cerca de R$ 2,1 milhões pela State Grid Brazil Holding (SGBH). O valor será investido em: recolocação e fixação de placas soltas, iluminação cênica, instalação de totens, câmeras de segurança e guarda-corpo. Em novembro de 2018, o Cais do Valongo recebeu para o mesmo objetivo cerca de R$ 2 milhões proveniente da Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, com financiamento do Fundo dos Embaixadores dos EUA para Preservação Cultural.
As entidades responsáveis pela gestão do projeto, o Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) será o responsável, supervisionado pelo IPHAN, com o apoio da Prefeitura do Rio através da Secretaria Municipal de Cultura, da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP) e do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). Afirmam previsão de término em 12 meses.
O presidente da ComCausa Rio, Felipe de Almeida, destaca que “o lugar tem o valor histórico incomensurável, mas também é um marco de reparação pelas milhares de pessoas que passaram por ali para ser escravizadas e mortas do Brasil”. Já o fundador da instituição, o jornalista Adriano Dias – que participou dos movimentos pelo tombamento do local, tanto pela UNESCO, quanto pela aprovação da Lei 7.741/17 do deputado André Ceciliano – falou o que “o processo de tombamento e reconhecimento é imprescindível, mas a luta pelo resgate histórico deve ser para sempre. Boa parte da ancestralidade da população que hoje compõem o Brasil, pisou naquelas pedras”.

Valongo
O cais do Valongo possuía cerca de 350 metros de comprimento, indo da Rua Coelho e Castro até a Rua Sacadura. Estima-se que mais de um milhão de pessoa que foram escravizadas passaram pelo local. A maioria foi comercializada nas áreas de entorno em localidades como a Pedra do Sal. Aqueles que chegavam moribundos eram ou mortos jogados no mar ou enterrados no cemitério dos ‘Pretos Novos’.

Na época que o Valongo era usado para o tráfico de seres humanos a região do era desabitada e o acesso era difícil, com isso, toda a movimentação ficava mais escondida do resto da cidade, importante centro político das Américas. A área deixa de funcionar como ponto de entrada de pessoas escravizadas por volta de 1831, quando leis contra a escravidão começam a ser aprovadas. Entretanto, o tráfego passa a ser clandestino e acontece de maneira clandestina no mesmo local.

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