Um matador que presta serviços para o tráfico do Morro do Chapadão, na Pavuna, pode estar por trás de nove assassinatos, ocorridos entre agosto e o último dia 30 de setembro, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Identificado em investigações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) como tendo participação confirmada em pelo menos quatro assassinatos, o homem ainda não teve a prisão decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ).
O suspeito é velho conhecido da polícia. Em 2017, ele foi preso em flagrante por tráfico de drogas, mas não ficou muito tempo atrás das grades. Após ser beneficiado por uma decisão judicial, ele obteve redução de sua condenação de cinco anos para apenas um ano de prisão , em regimento aberto. Um dos crimes investigados pela polícia é a morte do comerciante Ramiro Francisco Nascimento, de 53 anos, executado com mais de 30 tiros, no último dia 29.
Ele fechava o bar de sua propriedade, na Rua da Matriz, em Agostinho Porto, quando foi fuzilado por homens armados que usavam pistolas calibres 40, 380 e nove milímetros. Já no noite do dia 30, quatro pessoas estavam em um outro bar, na Rua Carlos Sodré, no Centro de Meriti, quando bandidos que ocupavam um carro dispararam vários tiros.
Foram baleados e mortos Alex Sandro Moreira da Silva, de 40, Eduardo Batista de Freitas, de 47 e um menor, de 17. Os dois últimos ainda chegaram a ser socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Uma quarta pessoa também foi ferida e continua hospitalizada.
De acordo com o delegado Cassiano Conte, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), um suspeito de participar dos ataques ocorridos nos dia 29 e 30 de setembro foi identificado. O homem teria ligações com o traficante Paulo Cesar Nascimento dos Santos, o Fedorê, que controla o Morro do Carrapato, em São João de Meriti, e que também se esconde do Complexo do Chapadão, na Pavuna.
Fedorê está com a prisão decretada por outros crimes e o Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 5 mil de recompensa por informações que levem até sua prisão.
As investigações da polícia revelam que algumas das vítimas assassinadas em São João de Meriti teriam desagradado possíveis interesses do tráfico ou são ligadas de alguma maneira a policiais.
— A motivação anda está sendo apurada. Já sabemos, por exemplo que o bar onde o comerciante morreu era também frequentado por policiais e que isso pode ter contrariado o tráfico — disse o delegado.
De acordo com testemunhas, o mesmo homem teria ainda participado das mortes de mais cinco pessoas. Entre elas estaria um agiota e uma um comerciante. Este último também seria dono de um bar frequentado por policiais, no Centro de São João de Meriti.
A série de crimes assusta quem assusta moradores do município.
— Durante à noite as ruas ficam vazias após às 19h. Todo mundo aqui está com medo — disse um morador da região.O homem investigado chegou a ser preso por policiais militares, em 2017. Ele foi detido com cocaína e maconha e autuado por tráfico. Em outubro daquele ano, foi condenado pela 2ª Vara Criminal de São João de Meriti a cinco anos de prisão.
Um ano depois, a 5ª Câmara Criminal do TJ aceitou apelação da defesa e reduziu a pena e determinando a expedição de alvará de soltura para o sentenciado.
