Com ajuda de ‘vaquinha’, corpo de jovem morto após ser queimado pela ex será levado para Paraíba

Uma “vaquinha” que teve a ajuda de vários moradores da comunidade Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, garantiu o translado do corpo do auxiliar de cozinha Luan Henrique Dantas, de 27 anos, para João Pessoa, na Paraíba. O jovem morreu na noite de quarta-feira, após sofrer queimaduras em 40% do corpo, causadas pela ex-namorada, Alessandra da Silva, durante uma briga motivada por ciúmes no último sábado.

O taxista Ednaldo Dantas, pai da vítima, decidiu levar o corpo do filho para a capital paraibana porque a maioria dos familiares vive na cidade. Infelizmente, ele não tinha como arcar sozinho com os custos do serviço funerário. Ontem à noite, após contar com a ajuda de amigos e vizinhos, conseguiu os R$ 11 mil necessários para que a família no Nordeste tenha a oportunidade de se despedir de Luan.— Ontem, no desespero, eu fiz até uma live no Facebook ao lado de um amigo pedindo ajuda. Felizmente eu consegui e agradeço à todos que me ajudaram. O mínimo que eu poderia fazer pelo meu filho é dar um enterro digno à ele, mas jamais imaginei que teria que passar por isso. Vou ao IML agora pela manhã para liberar o corpo — lamentou Ednaldo.

Alessandra foi presa por policiais da 32ª DP (Jacarepaguá) na manhã de quinta-feira, confessou o crime, mas alega que agiu em legítima defesa. Ela disse à polícia que a discussão do casal foi motivada por ciúmes e que ela e Luan agrediram um ao outro na residência onde vivia. A mulher contou que pegou uma garrafa de álcool na tentativa de amedrontar o ex-companheiro e obrigá-lo a ir embora. Nesse momento, ela já estaria com um isqueiro aceso para se defender de Luan, o que causou a combustão e deixou o rapaz gravemente ferido.

O auxiliar de cozinha retornou para casa pedindo socorro ao pai e contou que a ex-namorada havia ateado fogo nele. Ednaldo levou o filho ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde ele ficou internado em estado grave por quatro dias, mas não resistiu aos ferimentos.

— Espero que ela pague pelo que fez. A prisão não vai sarar minha ferida, mas já é algum alento. Foram dias procurando por ela, foram três noites sem dormir, uma situação lamentável — contou o taxista.

O casal teve um relacionamento de um ano e estava há quatro meses separado. Alessandra foi localizada em Guaratiba, a cerca de 50 Km de distância do local onde ocorreu o crime. Ela deve responder por homicídio doloso qualificado e teve a prisão temporária decretada com prazo inicial de 30 dias de duração.

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