Presidente do Fluminense confirma que Celso Barros não voltará ao futebol em 2020

 

Parceria entre Mário Bittencourt (ao centro) e Celso Barros (á direita) foi rompida há um mês Foto: Lucas Merçon

Vitoriosa na última eleição do Fluminense, a parceria entre Mário Bittencourt e Celso Barros chegou ao fim. O presidente tricolor confirmou que o vice-geral não retornará ao comando do departamento de futebol na próxima temporada. O afastamento vigora há um mês, desde quando o médico expôs publicamente as divergências entre os dois. Mas poderia ser provisório, já que uma conversa para aparar as arestas ficara marcada para após o Brasileiro. No entanto, o próprio ex-patrocinador não vinha demonstrando interesse em uma reaproximação.

— A decisão segue mantida. Mas este assunto para mim é de conjuntura. Estamos preocupados agora com outras questões mais sérias, e a gente deixa isso para mais adiante — limitou-se a dizer Bittencourt.Com pensamentos opostos sobre como gerir o futebol, a dupla já vinha tendo atritos desde o início da gestão. O primeiro momento de maior tensão ocorreu durante a campanha de Barros para demitir o técnico Fernando Diniz. Os sucessores, Oswaldo de Oliveira e, principalmente, Marcão, também sofreram a mesma pressão. Bittencourt entendeu que o comportamento de seu vice era prejudicial ao ambiente do departamento. A reclamação pública de que não tinha autonomia para tomar decisões foi a gota d’água.

Ao afastar Barros, Bittencourt assumiu o comando do futebol. Nesta sexta, ele explicou que seguirá na função. Mas não descartou reativar o posto de vice-presidente do departamento, extinto pelo Conselho Deliberativo logo após a eleição justamente para que o vice geral fosse o homem forte da área.

— A ideia nos primeiros meses é acumular a função, até porque o estatuto permite. E depois vou avaliar com os conselheiros se a gente nomeia um vice de futebol. Mas já vou avisando hoje que ele vai ser estatutário, não vai ser o homem que comanda. Vamos decidir internamente se vai ter uma nova decisão do conselho de redistribuir as funções ou de manter a vice-presidência com uma pessoa que entenda a função.

A avaliação interna é de que, sem Barros, o ambiente melhorou. Hoje, o futebol é gerido pelo diretor Paulo Angioni. Ele já estava na função na gestão Abad e segue prestigiado com Bittencourt, que não faz apenas referendar o que o executivo propõe. O próprio presidente também discute e participa das decisões.

— O vice é um cargo político. Culturalmente, as pessoas o veem como um cara que contrata, que vai o mercado. Mas ele é só a pessoa que representa o presidente no futebol. Eu acho que em todos os clubes do Brasil essa figura deveria ser abolida. Porque sofre uma exposição enorme. Fica o tempo inteiro numa frigideira. As pessoas acham que ele é quem contrata e quem vende. E não é. Ele só leva as decisões do diretor, do coordenador para o presidente concordar ou não. Ele está nesse meio. Não tem nem poderes para assinar um contrato de trabalho de jogador. Minha visão é de que a vice-presidência de futebol só serve para atrair ônus. Não tem bônus algum. Então o que penso hoje é que o futebol deve ser tocado no dia a dia pelos profissionais do futebol — disse

error: Conteúdo protegido !!