Polícia investiga assassinato de empresário acusado de lavar dinheiro do tráfico

Parrudo gostava de ostentar nas redes sociais Foto: Reprodução

A Delegacia de Homicídios investiga o assassinato de Fabio Fernandes Villa Real, o Parrudo, no início da tarde desta sexta-feira, em Guadalupe na Zona Norte do Rio. Em 2017, Parrudo foi preso pela Polícia Civil acusado de integrar uma quadrilha que era responsável por lavar dinheiro do tráfico de várias favelas e pagar propina de criminosos a policiais. Parrudo foi executado enquanto almoçava num bar num dos acessos a favela do Muquiço.

Quatro criminosos de fuzil saltaram de um carro que estava próximo ao bar e dispararam em direção a Fabio. Os atiradores fugiram em direção à favela da Palmeirinha, vizinha ao local. A vítima estava acompanhada de seguranças e chegou ao local num carro blindado.

Parrudo foi preso em 26 de maio de 2017 junto com Thiego Raimundo dos Santos Silva, dono da marca TH Joias e conhecido por fazer joias para jogadores de futebol, celebridades e diversos chefes do tráfico. No dia em que Fábio foi preso, a polícia apreendeu um Jaguar avaliado em R$ 500 mil, que havia sido comprado pelo empresário.

De acordo com a investigação da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), Fabio e TH montaram uma rede de informações privilegiadas. Pagando propina a policiais civis, eles eram avisados com antecedência das operações e monitoravam a movimentação dos agentes.

Na época, também foram identificados e tiveram a prisão preventiva decretada dois policiais civis que recebiam as propinas pagas pela quadrilha. A polícia também descobriu diversos contatos entre TH e Parrudo e PMs, que não foram identificados. Além de Parrudo, foram indiciados pela polícia à época Paulo Cesar Villa Real, seu pai, e Paula Fernandes Villa Real, sua irmã.

Segundo a polícia, a lavagem de dinheiro do tráfico era feita em estabelecimentos de TH e Parrudo que de fato existem, como um restaurante dos dois, em Madureira, e também em empresas de fachada. A quadrilha se utilizava da aquisição de bens como imóveis, veículos de luxo, autonomias de táxi, joias, viagens nacionais e internacionais, hospedagens em hotéis e resorts de alto padrão, roupas de grife e outros objetos de valor para dar aparência lícita ao lucro do tráfico. A análise financeira revelou que algumas empresas da organização criminosa tiveram movimentação 352 vezes maior do que a renda líquida declarada.

error: Conteúdo protegido !!