
Foto: Agencia Brasil
Médicos residentes que trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS) fizeram ontem uma paralisação em várias cidades do país. Organizada pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), a paralisação foi feita em todos os estados, mas pelo menos 30% dos residentes mantêm as atividades para garantir o atendimento nas emergências.
Em Brasília, a manifestação ocorreu em frente ao Ministério da Educação (MEC), onde os participantes reivindicaram melhores condições de trabalho e ensino. Para a residente em ginecologia Luciana Viana, do Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB), falta material para melhor aprendizagem.
“Nós buscamos principalmente melhores condições de trabalho e ensino. Faltam materiais básicos e disponibilidade dos preceptores para ensinar aos residentes. Há pessoas para nos auxiliar, mas não há material para a melhor instrução.” Luciana disse ainda que falta fiscalização do MEC nos programas de residência médica.
O ministério informou que se reuniu com representantes da ANMR no dia 18 deste mês. Ficou acertada a realização de três reuniões para discutir as diferentes reivindicações da categoria. As duas primeiras estão previstas para outubro e a terceira, para novembro. O MEC também já apresentou à associação sua posição sobre cada um dos pontos reivindicados. A associação concordou em analisar o assunto e retomar os temas durante as reuniões marcadas.
Rio de Janeiro
Na capital fluminense, o ato público foi em frente à sede do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremerj), no bairro de Botafogo. Os manifestantes seguiram em passeata até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul da cidade.
Segundo o coordenador da Comissão de Médicos Recém-Formados do Cremerj, Gil Simões, as principais reivindicações são mais respeito à classe, a melhoria das condições de atendimento aos pacientes, a defesa do SUS e que a bolsa recebida pelas 60 horas de trabalho seja igual à de programas do governo como o Mais Médicos. “O Cremerj está oferecendo apoio à classe”, disse Simões. A paralisação dos residentes foi decidida em assembleias, no dia 16, em todo o país.
No Rio, um dos principais objetivos do movimento é marcar uma reunião com o governador Luíz Fernando Pezão. De acordo com o presidente da Associação de Médicos Residentes do estado, Diego Puccini, a categoria precisa estar unida e organizada para conseguir o atendimento de suas reivindicações. “Se houver descaso [por parte do governo], pensaremos em outra estratégia”, afirmou Puccini.