
Os direitos das mulheres são temas de debates em várias cidades da Baixada Fluminense. As discussões ocorrem através de conferências, que atuam como instrumento capaz de consolidar e avançar na efetivação de políticas públicas para a categoria de forma participativa. O municípios de São João de Meriti, Japeri,Itaguaí, Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu já se mobilizaram e estão em busca dessas conquistas.
São João de Meriti realizada hoje (25), a 4ª Conferência Municipal de Pólíticas Públicas para as Mulheres com foco no tema “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”, assunto proposto pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. No encontro, que será realizado na sede da ABM – Conselho de Entidades Populares de São João de Meriti, das 14h às 20h, quatro eixos serão debatidos: Conselho da Mulher, Políticas Públicas, Sistema Político e Igualdade, e Sistema Nacional de Políticas para as Mulheres.
O município é precursor em causas voltadas para o direito da mulher e segundo uma das organizadoras da conferência, Leila Soares, o encontro irá tratar sobre mais poder e participação para mulheres. “Meriti é uma das cidades pioneiras em políticas públicas voltadas para as mulheres, queremos discutir o assunto com a sociedade civil”, declarou. Ainda segundo Leila, o encontro acontece de forma independente. “Nossa cidade passa por um momento delicado na gestão municipal e nesta quarta edição tivemos apoio do Fórum Maria da Penha, que tem o incentivo de 29 organizações meritienses voltadas para mulheres”, disse Leila.
De acordo com Leila Soares foram convidadas para o debate quatro referências no segmento. “ Convidamos a deputada estadual Inês Pandeló, que abordará o Sistema de Políticas para as Mulheres, a historiadora e pesquisadora étnica racial, Wania Sant’anna, para falar do Sistema Político e Igualdade; e duas representantes do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher-RJ, Cristina Dorigo e Dilceia Quintela, que irão destacar Políticas Públicas e o Conselho da Mulher, respectivamente”, informou.
A ABM fica na Rua Luiz Alves Cavalcante, 25 – Vilar dos Teles – São João de Meriti. Poderão participar somente pessoas inscritas previamente.
Mulheres japerienses escolhem representantes para Conferência Estadual

Foto: Marllon Guedes
Em Japeri, mais direito, participação e empoderamento feminino foram os temas centrais da 2ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres da cidade, realizada nesta quinta-feira (24), no auditório da Escola Municipal Ary Schiavo, no Centro. O evento teve como objetivo discutir a criação de políticas públicas voltadas para o gênero e escolher as delegadas e suplentes que farão parte da Conferência Estadual.
A conferência reuniu cerca de 100 pessoas e foi aberta pela psicóloga e coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), Elizete Lopes. Ela parabenizou a Prefeitura de Japeri pelo empenho na realização do evento e lembrou que esta é uma oportunidade única em que governo e sociedade civil se juntam para debater propostas voltadas exclusivamente para melhorar a vida das japerienses.
“As mulheres precisam participar mais para que essas políticas sejam efetivas na cidade. Ninguém melhor que as próprias moradoras daqui para apresentar propostas de melhorias, de acordo com as demandas do município, pois elas sabem o que Japeri precisa para avançar no respeito à mulher”, disse Elizete.
Para a representante do Conselho Regional de Psicologia, Viviane Martins, a Baixada Fluminense é uma região violadora dos direitos da mulher. Segundo ela, ainda há diferenciação entre homens e mulheres em diversos setores, como no ambiente de trabalho, por exemplo. “A gente vem conquistando nosso espaço ao longo dos anos, mas ainda temos muito a avançar. A mulher não precisa se qualificar mais que o homem para ser tratada de forma igual e ter o mesmo salário e respeito que eles têm. Esta conferência é para garantir que nossos direitos sejam colocados em prática e que sejamos tratadas com igualdade”.
As ideias debatidas durante o encontro serão levadas pelas delegadas escolhidas para a 4ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, que será realizada no fim de novembro. “Neste segundo evento, serão analisadas as propostas de cada um dos municípios participantes e escolhidas as melhores. Estas serão encaminhadas para a Conferência Nacional que acontece em dezembro e terá uma representante de Japeri em Brasília”, explicou Simone Vitória, que falou em nome da Igreja Batista Central de Queimados (IBCQ).
O prefeito Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor, foi representado pelo secretário de Assistência Social e Trabalho (SEMAST), Reginaldo Santos.
Mais cinco municípios fortalecem as ações de cidadania
As Conferências Municipais também foram realizadas em outras cidades da Baixada. Em Itaguaí o evento aconteceu na manhã da terça-feira (23) e teve foco na a criação do Conselho Municipal da Mulher. Segundo o secretário de Assistência Social do município, Aramis Brito, o encontro vai ocupar um papel pioneiro na busca pela igualdade. “É um trabalho que culmina com o esforço e a dedicação de muitas pessoas capacitadas para tratar do assunto, além de ser um direito das mulheres”, disse ele.
Para a presidente da Comissão Organizadora do evento na cidade, Maria da Penha Rodrigues, a proposta é buscar a democratização da gestão e a qualificação das políticas na perspectiva de igualdade de gênero e consolidação de direitos das mulheres. A assistente Social, Nádia Sousa fez uma ampla explanação sobre os programas sociais implantados no município e citou os CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) que atende à população. “Hoje, estamos nos esforçando para oferecer o melhor aos moradores ao buscar capacitação e ampliar a qualidade dos serviços sociais”, frisou Nádia.

Em Mesquita, o evento aconteceu no último dia 18 e onde foram debatidas propostas para o fortalecimento das ações em favor do sexo feminino na cidade. “O espaço que a prefeitura vem dando ao debate de ideias e propostas é muito importante”, ressaltou Sônia Lopes, coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres de Mesquita. A superintendente de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, da secretaria de Estado Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh), Adriana Mota, elogiou o trabalho realizado em Mesquita. “A cidade vem se tornando referência na criação de serviços para as mulheres e a parceria com Estado é uma ferramenta importante neste processo”, destacou ela.
Em Nilópolis, a conferência foi promovida no dia 11 desde mês e teve o objetivo de revelar os problemas enfrentados pela mulher na sociedade e definir as politicas públicas para enfrentar os desafios. Para a superintendente dos Direitos da Mulher no município, Luciana Moreira, o encontro foi um grande incentivo para todas. “Foi um momento de fortalecimento e debate sobre políticas públicas, principalmente, quanto ao empoderamento das mulheres em todos os segmentos da sociedade” declarou a superintendente de Nilópolis.
Na mesma data, a cidade de Nova Iguaçu debateu os direitos das mulheres. A participação das mulheres em cargos importantes no governo municipal foi destacada pela secretária de Assistência Social, Cristina Quaresma. “Temos diversos programas voltados para a mulher. Aumentamos os números de Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) visando atender melhor. Instalamos um toten lilás para que as mulheres tenham acesso a diversas informações. Temos também parceria com o Juizado da Violência Contra a Mulher, que faz trabalho com homens agressores. A prefeitura aumentou a capacidade de atendimento da maternidade Mariana Bulhões. Na unidade foi instalada um cartório para que as crianças sejam registradas. Enfim, estamos trabalhando para melhorar a qualidade de vida de toda a população”, arrematou a secretária.

Belford Roxo debateu os direitos das mulheres em agosto no auditório da Fabel.Através da Superintendência da Mulher, a prefeitura do município fortaleceu mecanismos institucionais de defesa dos direitos das mulheres em sua diversidade. “Temos buscado fortalecer a rede de proteção à mulher, combatendo aviolência doméstica, não só a física, mas a psicológica também. Dando a capacitação para que elas saiam do estado de submissão do marido agressor. Além disso, queremos mulheres mais atuantes na política, porque, dessa forma, teremos ainda mais voz na sociedade. Agora é tempo de plantar a semente para que possamos colher mais tarde”, afirmou a superintendente Vera Lúcia do Amaral.