Nasa descobre água em Marte

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
Pesquisadores acharam  marcas da água nas rochas do Planeta Vermelho
Pesquisadores acharam marcas da água nas rochas do Planeta Vermelho

Marte não é seco. A descoberta de água salgada e corrente na superfície de Marte, anunciada na segunda-feira (28) pela agência espacial norte-americana (Nasa), pode ser a chave para desvendar um dos maiores mistérios da humanidade: se há vida fora da Terra. A notícia animou especialistas no Brasil, que destacam a novidade como mais um passo para revelar os muitos mistérios do planeta.
A revolução se baseia em manchas escuras. Riozinhos em uma região montanhosa que só correm no verão, quando a temperatura em Marte sobe para a casa dos 20ºC negativos, suficientes para congelar a água da Terra, mas não a de Marte, que é extremamente salgada e, por isso, continua líquida mesmo em temperaturas mais baixas.
Cientistas dizem que a descoberta é um avanço na tentativa de provar que existe vida em Marte, um planeta visto pela ciência como um bom laboratório para descobertas futuras, porque fica a “apenas” seis meses de distância da Terra e com temperaturas suportáveis para os astronautas que um dia forem para lá.
“Essa descoberta coloca no horizonte a possibilidade de levar astronautas para Marte. Para a exploração espacial é uma informação importante”, disse o professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Alan Alves Brito.
Ele lembra que a existência de água em Marte já era conhecida, mas não da forma descoberta agora. “Essa é a novidade, uma água salina, e que existe água lá nesse presente momento. Água, para nós em astronomia, significa a possibilidade de vida [no planeta]”.
Adrian Rodriguez Colucci, professor do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vê uma possibilidade de avançar nas descobertas sobre o planeta, mas alerta que é cedo para determinar a existência de formas mais complexas de vida. “Agora temos a chance de colher uma pequena mostra de vida atual, o que é muito mais interessante de analisar, mas não dá para especular uma possível evolução. Marte teria condições de abrigar vida, mas não vida complexa, multicelular, e sim em formas microbióticas”.
Brito segue o mesmo raciocínio. Ele acredita que, mesmo não havendo qualquer indício de formas de vida semelhantes às encontradas na Terra, a revelação de hoje traz mais uma resposta em meio a milhares de perguntas. “A probabilidade de ter vida terrestre é muito baixa. É preciso esperar, não dá para especular. Mas a grande pergunta é se existe vida fora da Terra e essa é mais uma peça de um grande quebra-cabeça, para colocarmos as peças juntas e montar um outro muito mais complexo”.
Lujendra Ojha, cientista do Instituto de Tecnologia da Georgia, nos Estados Unidos, e envolvido nas pesquisas da Nasa, também destaca a descoberta recente. “Quando a maioria das pessoas fala sobre água em Marte, elas normalmente falam sobre água congelada ou de uma época antiga. Agora nós sabemos que há mais para a história. Essa é a primeira detecção espectral que, inequivocamente, apoia nossas hipóteses de formações de água líquida nas chamadas Linhas de Declive Recorrentes (RSL, na sigla em inglês)”.
O cientista-chefe do programa de exploração de Marte da agência, Michael Meyer, ressaltou que, para chegar a essa descoberta, foram necessários muitos anos de pesquisas e viagens de veículos espaciais. “E agora, nós sabemos que há água líquida na superfície deste planeta frio e deserto. Parece que quanto mais estudamos Marte mais aprendemos sobre o quanto a vida pode ser mantida e onde existem recursos para manter a vida no futuro”.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!