Polícia apura vazamento de informações em ação contra suspeitos de envolvimento com o jogo do bicho

   

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) vai investigar se houve vazamento de informações da operação Sucessão, que aconteceu na manhã desta terça-feira e mirou um grupo que atua no jogo do bicho no Rio. Investigadores acreditam que um dos alvos, o empresário Bernardo Bello, foi alertado que estava na mira da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual. Bello, que é ex-cunhado da empresária Shanna Harrouche Garcia, filha do bicheiro Valdomiro Paes Garcia, o Maninho, foi alvo de buscas e apreensões na casa onde mora, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital. No entanto, não foi encontrado. Segundo sua defesa, ele havia viajado para São Paulo no último domingo. O empresário é suspeito de envolvimento na tentativa de homicídio softrida por Shanna, em outubro de 2009.

Os investigadores requisitaram à direção do condomíni imagens do dia em que ele deixou o local para confrontar com a versão apresentada por sua defesa.

— Não se pode falar ainda em vazamento. Porém, ele não estava em casa. Mas vamos apurar essa hipótese de vazamento. Entretanto, podemos dizer que a operação foi um sucesso — disse Daniel Rosa, titular da DHC.

A Polícia Civil quer saber se o atentado sofrido por Shanna Garcia tem relação com a disputa pela herança deixada por seu pai. O espólio está avaliado em mais de R$ 25 milhões. Boa parte do dinheiro vindo da contravenção.

— Estamos apurando desde o dia do atentado quem teria mandado matar a vítima Shanna Garcia. Esses mandados (busca e apreensão, cumpridos nesta terça) são referentes a quem está envolvido nesse crime. Estamos tentando descobrir se mais esse crime tem relação com a disputa do espólio do Maninho — afirmou o titular da DHC.

O Grupo de Atuação ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público acompanha a investigação. Segundo o promotor Bruno Gangoni, “as investigações estão em uma fase intermediária” e agora o MP vai analisar todo o material apreendido para uma possível nova ação.

— A partir da análise desse conteúdo vamos saber se ali há informações sobre outros crimes praticados por essa quadrilha. É sabido que houve diversos assassinatos nesse núcleo familiar. Então, com essa apreensão esperamos encontrar dados referentes a outros crimes praticados por essa organização criminosa mafiosa — pontou o promotor.

Na operação, duas pessoas foram presas em flagrante. Entre elas, o ex-policial Civil Nestor Maganinho, expulso da corporação. Na casa dele os agentes encontraram várias armas, munições e grande quantia de dinheiro.

Delegado diz que inquérito será concluído em breve

O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular do Departamento Geral de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DGHPP), disse que em breve o inquérito do atentado que Shanna sofreu será concluído e os responsáveis, indiciados.

— Temos um farto material apreendido. Muito dinheiro, armas, documentos e material eletrônico. Vamos fazer uma análise no que foi encontrado para finalizar essa investigação — salientou.

Questionado sobre o possível vazamento da operação, o chefe do departamento afirmou que “no todo a ação foi exitosa pelo farto material apreendido”.

— Nessa ação encontramos armas que podem ter sido usadas (no crime contra a Shanna). Vamos fazer um confronto balístico. Mas, não temos indicador de vazamento. No entanto, se isso aconteceu, os responsáveis serão punidos.

Irmã de Shanna Garcia também foi alvo da ação

Tamara Arouche, ex-mulher de Bernardo e irmã de Shanna, também foi alvo da operação. Na casa de Tamara os policiais encontraram dois cofres e documentos. Todo o material foi recolhido e levado para a delegacia. Assim como Bernardo, Tamara não foi encontrada em casa.

Além de Bernardo e Tamara os agentes estiveram na casa de policiais militares, dois ex-PMs, dois policiais reformados, dois ex-policiais civis e um fiscal da Secretaria estadual de Fazenda.

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