
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O número de brasileiros que considera o governo Dilma Rousseff ótimo ou bom foi de 10% em setembro, praticamente igual aos 9% registrados em junho. Os que avaliam o governo como ruim ou péssimo oscilou de 68% para 69%. “A popularidade da presidente Dilma manteve-se inalterada entre junho e setembro”, observa a pesquisa CNI-Ibope, divulgada, ontem (30/09), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Todos os indicadores do levantamento ficaram dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O percentual de pessoas que considera o governo ruim ou péssimo é o maior registrado nos 27 anos da pesquisa CNI-Ibope. A avaliação dos dados revela que a queda na popularidade enfrentada por Dilma Rousseff neste início do segundo mandato é maior do que a registrada pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Em dezembro de 2014, último mês do primeiro mandato, 40% da população considerava o governo Dilma ótimo ou bom. O número caiu para 10% agora em setembro de 2015, similar ao verificado no fim do governo de José Sarney, em 1989. No início do segundo mandato de Fernando Henrique, o número dos que avaliavam o governo como ótimo ou bom diminuiu de quase 40% para 16%. No caso de Lula, o percentual recuou de 57% para cerca de 50%.
>> Forma de governar – A pesquisa de setembro revela ainda que 82% da população desaprovam a maneira de governar e que 77% não confiam na presidente Dilma. Mas a popularidade melhorou um pouco entre as pessoas com mais de 55 anos de idade. Nessa camada da população, o percentual dos que aprovam a maneira de governar da presidente subiu de 20% em junho para 24% em setembro, e o número dos que desaprovam caiu de 75% para 70%.
A popularidade da presidente também melhorou nas periferias das capitais. Nesses locais, o percentual dos que confiam na presidente aumentou de 13% em junho para 20% em setembro, e os que avaliam o governo como ótimo ou bom subiu de 6% para 10%.
>> Impostos e juros – Conforme a CNI-Ibope, as ações do governo com as piores avaliações da população são os impostos e a taxa de juros. Entre os entrevistados, 90% desaprovam a atuação do governo na área de impostos e 89% estão insatisfeitos com as ações sobre os juros. As medidas do governo nas áreas de segurança pública, saúde, educação, combate à inflação, combate ao desemprego também são reprovadas por mais da metade dos brasileiros.
“As políticas melhoras avaliadas são às relativas ao combate à fome e à pobreza, com 29% de aprovação, e ao meio ambiente, com 25% de aprovação”, observa a pesquisa. Essa edição da CNI-Ibope ouviu 2.002 pessoas em 140 municípios, entre 18 e 21 de setembro. O nível de confiança é de 95%.
(Fonte: Agência CNI de Notícias).
Crises abalam e desacreditam
governo petista
Os baixos índices de popularidade da presidente Dilma são registrados em um momento em que ela encontra dificuldades no campo econômico e político. Na última terça-feira (29), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a taxa de desemprego no último trimestre chegou a 8,6%, maior índice para o período desde 2012. No último dia 9, o governo ainda viu a agência de risco Standard & Poor’s rebaixar a nota e tirar o chamado “grau de investimento”.
No campo político, Dilma enfrenta dificuldades em aprovar as medidas do chamado ajuste fiscal como a criação de tributos como a CPMF. Para manter o apoio do PMDB, principal aliado do governo, Dilma deverá anunciar nos próximos dias uma reforma ministerial que tende a abrigar mais ministros do partido do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Além de pedidos para que seja impedida de continuar, a presidente ainda enfrenta dificuldades junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No dia 20 de setembro, a corte recebeu um pedido de investigação contra o PT para apurar se o partido recebeu doações de campanha fruto do pagamento de propina.
Fora dessa investigação, há outras quatro ações movidas pelo PSDB questionado a reeleição da presidente Dilma.