Brasil ultrapassa 67 mil mortes por Covid-19, indica consórcio de veículos da imprensa em boletim das 13h

O Brasil ultrapassou, nesta quarta-feira, 67 mil mortes por Covid-19, segundo o balanço das 13h, consolidado a partir dos números divulgados pelas secretarias estaduais de Saúde. O país registrou 245 novos óbitos desde as 20h de ontem, elevando o total para 67.113. Os casos confirmados, por sua vez, são 1.683.738, após 9.083 novos diagnósticos nesse período.

O levantamento foi realizado por um consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, G1, Extra, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo. As estatísticas da pandemia no Brasil são divulgadas três vezes ao dia. O próximo levantamento será divulgado às 20h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde na gestão do interino Eduardo Pazuello.

Os números foram atualizados pelas secretarias do Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Roraima e o Distrito Federal. De acordo com o ranking divulgado pela Universidade Johns Hopkins, o Brasil segue na segunda colocação mundial tanto em número de casos quanto no número de mortos. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 2.996.679 casos e 131.486 mortes pela Covid-19, registra a plataforma da universidade americana.

Coronavírus avança

Um levantamento divulgado esta terça-feira pelo Imperial College of London alertou que o contágio do coronavírus no país está mais acentuado. De acordo com a pesquisa, o índice de transmissão da Covid-19 é, agora, 1,11— ou seja, cem pessoas contaminadas podem levar o Sars CoV-2 a 111 saudáveis.

Na semana passada, o estudou indicou que a taxa de transmissão era de 1,03. Então, a cada cem infectados, 103 eram contaminados pelo coronavírus.

O Imperial College realizou a pesquisa em 56 países onde há transmissão ativa do coronavírus. O balanço foi fechado com base nos dados coletados no último domingo, dia 5. O relatório ressalta sete vezes que a notificação de casos e óbitos pela pandemia no Brasil está mudando e que, por isso, essas informações devem ser interpretadas “com cautela”. Não há mais detalhes sobre essa observação.

Presidente com Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro, que vinha se queixando de mal-estar desde sábado, declarou nesta terça-feira (08) que testou positivo para coronavírus. Mesmo sem saber o diagnóstico, o presidente afirmou ter tomado hidroxicloroquina com azitromicina. Não há comprovação científica da eficácia do uso destes medicamentos.

Membros da cúpula do governo que tiveram contato próximo com Bolsonaro nos últimos dias fizeram novos testes para Covid-19. Entre os que passaram pelo exame estavam os ministros palacianos Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Jorge de Oliveira (Secretaria Geral da Presidência). Todos tiveram resultado negativo para a doença e mantiveram suas agendas.

A imprensa internacional destacou declarações negacionistas de Bolsonaro dadas desde o início da pandemia, como quando a comparou com uma “gripezinha”, além de seu desrespeito a medidas sanitárias, evitando usar máscaras e desmotivando o isolamento social.

A confirmação do diagnóstico mostra ao mundo que “nenhum de nós está imune ao vírus”, afirmou o diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, em entrevista coletiva. Ele reforçou a necessidade de os governos do Brasil e da América Latina, em geral, de enfrentar a doença de forma compreensiva já que os números na região estão “críticos”:

— O diagnóstico de um chefe de estado, como do Brasil, mostra a vulnerabilidade coletiva, em que ninguém está imune à Covid-19. Os números no país parecem ter estabilizado nas últimas semanas e há diferenças regionais críticas. O sistema de saúde do Brasil permanece capaz de lidar com o problema, mas está perto seu limite, então são necessárias ações para que continuem a fazer progressos — disse Ryan, que desejou uma rápida recuperação do presidente.

América Latina

Em meio ao aumento de novos casos em diversos países da América, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente, alertou que essa não é uma segunda onda da Covid-19, mas ainda a primeira. Segundo Carissa Etienne, os países ainda estão na primeira onda, e os efeitos da doença serão sentidos por vários meses caso medidas de redução da transmissão não sejam adotadas.

— O que estamos vendo agora não é uma segunda onda. É ainda a primeira onda, e temo que continue a crescer. Essa onda está se movendo dentro de cada país, afetando áreas que não tinham registrado muitos casos — afirmou Etienne.

Para a diretora, essa tendência de crescimento é preocupante porque ocorre em um momento em que a maioria das pessoas estão sentindo fadiga em relação às recomendações sanitárias, como o distanciamento social. Ao desobedecer o isolamento, elas aumentam o risco de contágio. Segundo ela, os países devem reforçar essas medidas quando casos voltam a subir, não flexibilizar o distanciamento

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