Polícia fecha clínica de estética em Bonsucesso e prende dona do local e médico que fazia lipoaspirações mesmo com registro cassado

O material apreendido na clínica fechada pela Decon Foto: Polícia Civil divulgação / Antonio Santo Marchesan teve a licença cassada há cinco anos e possui 35 anotações criminais Foto: Reprodução

 

Policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) fecharam, nesta terça-feira, uma clínica de estética em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, e prenderam a dona do comércio e um médico que, mesmo com o registro cassado há cinco anos, fazia lipoaspirações clandestinas no local. Adriana Barbosa de Souza e Antonio Santo Marchesan — que tem 35 anotações criminais, entre elas dois homicídios — foram presos em flagrante, indiciados e encaminhados para Polinter, onde estão à disposição da Justiça.

A ação que resultou nas prisões foi batizada de Clínica da Morte. No momento em que os agentes chegaram ao estabelecimento, na Rua Cardoso de Morais, três pacientes estavam em macas com lipoaspirações já sendo feitas. De acordo com a delegada Daniela Terra, titular da Decon, os procedimentos eram realizados sem as mínimas condições de higiene e poderiam até matar. A policial informou que o local tinha licença apenas para realizar depilações e maquiagens.

— O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) não informa para a gente o motivo de a licença dele ter sido cassada. Mas a gente apurou que, com certeza, foi em função de procedimentos realizados ocasionando lesão corporal ou a morte. Isso sem sombra de dúvida — disse Daniela.

De acordo com a Decon, as passagens pela polícia de Antônio começaram em 2004. A maioria delas é por exercício ilegal da profissão — além dos dois homicídios culposos (quando não há intenção), há falsidade ideológica, lesão corporal, estelionato e associação criminosa.

Segundo Daniela, a clínica funcionava desde de 2014. O trabalho de inteligência dos investigadores apurou que os procedimentos invasivos eram marcados em um grupo de WhatsApp formado pelas clientes e por Adriana Barbosa. Eles eram realizados em datas específicas, durante a noite, para driblar a fiscalização. O preço baixo era um atrativo para as clientes.

— Essas clínicas geralmente oferecem preços muito baratos. É o primeiro indício de que não é uma clínica de boa procedência — frisou a delegada.

Na clínica foram apreendidos materiais que indicavam a realização de lipoaspirações, além de anestésicos. A perícia realizada no local constatou as condições insalubres. As vítimas encontradas foram encaminhadas a um hospital para atendimento e primeiros socorros e, depois, foram para a sede da Decon, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte, para prestar depoimento.

Adriana e Antonio foram indiciados por exercício ilegal da medicina, estelionato, uso de medicamentos nocivos à saúde, falsidade ideológica e lesão corporal.

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