Pela Vida e pela Democracia

Autor: Miguel Ribeiro

 

Com serenidade e conhecimento chegamos à estabilidade. Todos querem isso. O trabalhador mais simples e o empresário mais bem sucedido. Homens e mulheres. O que todos querem no contexto da produção, da empregabilidade e da democracia, é o equilíbrio social. Em tempos de pandemia, cuidar da saúde pública e universal para voltarmos a ter saúde está totalmente conectado ao retorno da nossa capacidade de produzir e crescer. Esse é o desejo de todos. Do pequeno ao médio, até o mais rico empreendedor, precisamos de sabedoria e ciência.

É preocupante que num momento como esse de tantas mortes, nosso país esteja carente de uma liderança principal. É fundamental que o chefe de Estado seja o guardião do bem-estar da população. Nesse sentido, é grave que o próprio Presidente da República, não tenha priorizado a disponibilização de vacinas para imunizar as pessoas contra o coronavírus, e assim, salvar vidas e recuperar a economia. O empenho de governos como dos Estados Unidos, do Reino Unido e de Israel em vacinar o máximo de pessoas é o exemplo da urgência da situação. O governo de São Paulo fez o trabalho dele. Um estado como uma economia pujante colapsada e um número de mortes desolador, buscou uma vacina e conseguiu disponibilizar para o país inteiro. Um trabalho de diplomacia, responsabilidade e ciência, através do histórico Instituto Butantan, que tantas contribuições deu à nossa saúde.

Não há soluções fáceis para problemas complexos. Um exemplo é que as vacinas, mesmo com a urgência do momento, precisaram passar por três etapas de testes ao longo de meses, para serem aprovadas. Cientistas do mundo inteiro em vídeoconferências e publicações em revistas especializadas, compartilharam seus conhecimentos e pesquisas para chegarmos mais uma vez a um vitória contra o vírus. Assim tem sido historicamente contra uma série de doenças. Quem renega o valor da ciência, dá as mãos à ignorância. A voz dos autoritários tenta falar mais alto do que a Lei.

Nossa Constituição cidadã de 1988 nos conduziu à estabilidade política e econômica, vivemos esse momento pleno até o caos das manifestações de 2013, que já sinalizavam uma ruptura com o bom senso. Nossa Constituição é comprometida, acima de tudo, com os valores democráticos. Defendê-la é um dever de todos. Na Carta, estão os limites de cada homem e mulher desse país. A Constituição é a moldura. Nós, dentro desse molde, temos que nos comportar dentro das regras do jogo e do RESPEITO AO ESTADO DEMOCRÁTICO E DE DIREITO. Assim, todos nós, de qualquer classe social, estamos submetidos. Para que todos tenham direito de defesa e proteção. Leiam e ouçam fontes seguras e de credibilidade, não compartilhem fake news sem comprovação científica. Procurem informações sérias e não discursos ideológicos tresloucados.

Vivemos um momento crucial nesse país, em que, indivíduos e algumas autoridades parecem preferir o caos e a morte, ao invés de trabalhar pela vida e pela estabilidade social e econômica. Eu sou um cidadão que priorizo o trabalho, o bem estar, a saúde pública e universal e as oportunidades para todos.

O Brasil precisa restabelecer o pacto com civilização. O mundo hoje está numa luta só: vencer o coronavírus, salvar vidas, vacinar a população e recuperar

a economia. O governo federal não está no mesmo caminho do resto do mundo. A incompetência, a negação e a falta de planos deixou o país isolado. Até mesmo vizinhos com menos potência na América Latina foram mais ágeis nessa tarefa. Os programas de vacinação brasileiros sempre foram um exemplo para o mundo, através da capacidade do nosso Sistema Único de Saúde, que mesmo falhando em muitos aspectos, funciona quando bem administrado.  O SUS vacina com competência há décadas. E mesmo antes da instituição dele, nos governos militares, por exemplo, realizamos um bom trabalho no que se refere às campanhas nacionais de vacinação. Porque perdemos o caminho da competência?

Deixo com vocês as palavras que estão impressas no preâmbulo da Constituição Federal de 1988. Cabe a cada cidadão estar atento contra os ventos de autoritarismo que sopram. Não podemos permitir que nossa liberdade, garantida pela Carta Magna, seja tirada de nós:

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade

fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”

Miguel Ribeiro
Advogado e Presidente do Cidadania 23 (Nova Iguaçu).

 

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