Foi como rever aquela ex-namorada, porém, algo estava diferente nela. Talvez a roupa, ou os sapatos. Em essência, era a mesma pessoa, porém seu visual era distinto. E atraente. Tão atraente a ponto de você se arrepender por ter a deixado partir.
Assim é o Onix Plus nessa versão Midnight: atraente. De fato, é a mesma versão Premier I que sempre esteve no catálogo desde o lançamento, porém, é nos detalhes que o carro ganha o seu comprador.
As rodas pintadas em preto brilhante combinam com a carroceria preta de um jeito que agrada aos olhos. E o mesmo vale para os pequenos detalhes, como as “black bow tie” ou os faróis com máscara negra. Na parte traseira, o nome do carro vem em preto, mas não entendi o “turbo” com letras cromadas. Talvez para mostrar de longe que aquele carro ostenta um caracol mágico sob o capô.
E é lá que fica o mesmo 1.0 turbo de 116 cv e 16,8 kgfm de torque das outras versões, combinado ao câmbio automático de seis velocidades. É um conjunto tão competente quanto eficiente, mas o motor 1.2 do Tracker não cairia mal nele, talvez para dar um sabor a mais no Onix da meia-noite.
Do lado de dentro, os bancos revestidos em couro preto são atraentes, mas contrastam com o painel todo preto que perdeu o acabamento soft em sua porção central. O volante revestido em couro preto agrada, bem como a uniformidade de cores por todos os lados. É um belo interior. E bem espaçoso, especialmente na traseira.
Porém, nem tudo são flores. Embora a versão 2021 do Onix Plus traga uma central multimídia maior (8 polegadas contra 7 do 2020), alguns itens ficaram apenas para a versão topo de linha, Premier 2. Wifi a bordo, On Star e carregamento de celular por indução, para citar alguns. Já a luz traseira de nevoeiro desapareceu, em todas as versões.
Em compensação, continua bem equipado, contando com airbags de cortina, por exemplo, algo que a concorrência não entrega. E o conjunto mecânico competente continua permitindo um rendimento de 12,8 km/l na cidade e 19,6 km/l na estrada, isso somado a um desempenho competente nas retomadas e acelerações.
A dinâmica também não mudou, com boa aptidão para curvas, freios muito eficientes e direção leve porém precisa. A única ressalva fica para a dureza do conjunto, especialmente na cidade, talvez por causa da calibragem de 35 libras sugerida pela Chevrolet, tanto para o carro vazio quanto carregado.
Seu problema é o preço. Aliás, não é o seu problema, e sim problema geral do mercado brasileiro durante a pandemia. O valor cobrado de R$ 87.000 (enquanto eu escrevo essa matéria, pois hoje ao final do dia o preço pode ser outro) é elevado, porém não destoa da concorrência. Fato é que, toda beleza tem o seu custo, e aqui não é diferente.(Por Marcelo Dosec / Fotos: Marcus Lauria / Fonte: www.carpointnews.com.br )
*FICHA TÉNICA:
Mecânica
Motorização 1.0
Combustível Álcool Gasolina
Potência (cv) 116 116
Torque (kgf.m) 16,8 16,3
Tempo 0-100 (s) 9,7
Consumo cidade (km/l) 8,6 12
Consumo estrada (km/l) 10,9 15
Câmbio automática com modo manual de 6 marchas
Tração dianteira
Direção elétrica
Suspensão dianteira Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Suspensão traseira Suspensão tipo eixo de torção, roda tipo semi-independente e molas helicoidal.
Dimensões
Altura (mm) 1.470
Largura (mm) 1.730
Comprimento (mm) 4.474
Peso (Kg) 1.112
Tanque (L) 44
Entre-eixos (mm) 2.600
Porta-Malas (L) 469
Ocupantes 5
*Dados do fabricante