Polícia investiga se golpistas presas no Recreio têm ligação com quadrilha da filha do cantor Belo

A Polícia Civil do Rio investiga se há conexão entre as estelionatárias presas em um apartamento no Recreio dos Bandeirantes na última quarta-feira e uma quadrilha da qual a filha do cantor Belo, Isadora Alkimin Vieira, é acusada de fazer parte. As investigações revelam que os dois grupos aplicavam o mesmo golpe para roubasr dados bancários das vítimas e tinham a mesma forma de atuar.

– Tudo indica que seja a mesma quadrilha. Ainda estamos em investigação, mas já há elementos que nos apontam isso – afirma a delegada titular da 40ª DP (Honório Gurgel), Márcia Beck Simões, responsável pela última prisão da última quarta.

A filha de Belo e outras 11 mulheres foram presas em novembro do ano passado por agentes da Delegacia de Combate Às Drogas (Dcod) em um apartamento na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde funcionava uma central de telemarketing usada para plicar golpes. Na prisão mais recente, em um apartamento no Recreio, também estava em atividade um “escritório do crime”, usado pelas acusadas para fazer ligações para vítimas de golpes. A distância entre os dois endereços é de 10 quilômetros, que podem ser percorridos de carro em cerca de 15 minutos.

 

Isadora e as 11 mulheres presas estão soltas e respondem ao processo em liberdade. Uma das suspeitas da polícia é de que a quadrilha da filha de Belo tenha se reestruturado, passando a funcionar no endereço descoberto pelos agentes na semana passada.

 

Os dois grupos aplicavam golpes para roubar dados bancários das vítimas. Segundo as investigações, as mulheres telefonavam para os alvos e se passavam por funcionárias da central de relacionamento dos bancos. Elas alegavam que tinha sido constatada uma compra supostamente fraudulenta no cartão da pessoa e ofereciam-se para fazer o cancelamento. Depois disso, era pedido para a vítima ligar para uma central para cancelar o cartão. Os golpistas conseguiam bloquear a chamada e continuar com a pessoa ao telefone. A vítima acreditava então estar falando com a central e fornecia dados de seu cartão. Em alguns casos, os golpistas solicitavam que o cartão fosse cortado e ofereciam um motoboy para retirá-lo na casa da pessoa. O motoqueiro também fazia parte da quadrilha. Com o cartão e os dados bancários, a quadrilha causava prejuízos às vítimas.

Outro dado que chama atenção da polícia é o fato de ambas as quadrilhas contarem com integrantes oriundas de São Paulo. A própria Isadora, filha de Belo, mora na capital paulista. Nos dois casos, os investigadores alegam que as mulheres vinham para o Rio apenas para praticar crime.

As cinco mulheres presas na quarta-feira – Yasmin Navarro, Anna Carolina de Sousa Santos, Gabriela Silva Vieira, Rayane Silva Sousa e Mariana Serrano de Oliveira – estão na mesma cadeia no Rio, o Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Todas tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva na última sexta-feira e ficarão presas por tempo indeterminado.

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