VELUMA: PÉROLA NEGRA

Veluma ao nascer recebeu o nome Vera Lucia Maria e das duas primeiras sílabas dos seus nomes  == Ve de Vera, lu (de Lucia) e Ma (de Maria) == nasceu o seu nome artístico: Veluma.
Filha de Ana Nunes, ex-cozinheira do falecido (e badalado) Baby Pignatari, ela entrou no mundo da moda, aos 14 anos , quando já tinha um metro e oitenta e um centímetros de altura. Na época, a sua primeira porta de entrada para o mundo da moda foi a Fenit (Feira Nacional da Indústria Textil), em São Paulo: “A partir daí não vi mais o universo da mulher negra brasileira, o universo da faxineira. Passei a ver um mundo maravilhoso, um mundo fascinante, um mundo belo. E eu entrei, definitivamente, para o mundo da moda pelas mãos do jornalista Justino Martins, que era diretor da Revista Manchete (da extinta Bloch Editores)”, afirma Veluma, que logo depois  conheceu os jornalistas Roberto Barreira, Gilda Chataignier e Angela Rego Monteiro. Gilda veio a ser a primeira editora de moda da Revista Desfile, que tinha como diretor-editorial Roberto Barreira.  Angela Rego Monteiro foi editora no jornal O Globo e , posteriormente, na revista Desfile.
Nos anos 70, o Rio de Janeiro e São Paulo geraram revistas de moda que passaram a trazer produções “feitas em casa”, ou seja, deixou-se de publicar fotos compradas no exterior, mais precisamente na Europa e nos Estados Unidos. No Rio de Janeiro, o destaque era a Editora Bloch, enquanto que em São Paulo, o “celeiro” das produções  eram os estúdios fotográficos da Editora Abril.
No início dos anos 70, Veluma esteve no Japão, onde trabalhava não só como modelo para revistas femininas e para publicidade, como também participava da linha de show de Mauricio Sherman, que atualmente trabalha  na TV Globo, creio que no programa “Zorra Total”. Posteriormente, Veluma foi modelo do Grupo Moda Rio, que veio a ser o primeiro grupo de moda do Brasil e reunia estilistas realmente talentosos, que haviam aprendido, com louvor, o seu oficio na prática, no dia-a-dia, já que as faculdades de moda só começaram a surgir no Brasil na década de 80.
Atualmente, Veluma trabalha como hostess no HBD SPA, localizado em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. E para ela, os consumidores de moda são todas as pessoas, “pois ninguém sai nú de casa, desde que surgiu a folha de parreira ….”
Veluma acha que a produção de moda “ainda é um mercado alternativo, que não garante trabalho nos 365 dias do ano, mas exige do profissional que exerce esta profissão, vastos conhecimentos de história, de história da arte, de arquitetura para ter noções de linhas e formas, conhecer muito a respeito de linhas editoriais,  além de necessitar conhecer os  tecidos, seus caimentos e texturas, e precisar ler muito, ter sensibilidade, a fim de produzir, com maestria, o corpo humano.
Veluma lembra com carinho de vários nomes (inesquecíveis)que passaram pela sua vida, na época, por exemplo, do Grupo Moda Rio, o primeiro grupo nacional de moda.  Isto foi no tempo em que o Rio de Janeiro produzia uma moda de primeira qualidade, e tornou-se o centro de moda e modismo de todo o Brasil .

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