PL que previa cotas para trans em concursos é rejeitado em Niterói

Depois de ter tido a votação adiada devido a discussões entre parlamentares e seus apoiadores, o Projeto de Lei 29/2021, que previa 2% de cotas para candidatos trans. em concursos públicos da Prefeitura de Niterói, foi rejeitado, na tarde desta quinta-feira, pelo plenário da Câmara Municipal de Niterói. A negativa ao prosseguimento da proposta se deu por maioria de votos: 13 a 7.
O PL entrou na pauta da Câmara de Niterói nesta quarta-feira. Porém, a votação foi interrompida quando, durante discurso da vereadora Benny Briolly (Psol), autora do PL, começou um tumulto nas galerias e no plenário da casa legislativa.
Benny Briolli, a primeira vereadora travesti no estado do Rio, e a mais votada em Niterói nas últimas eleições municipais, afirma que as ofensas começaram quando ela argumentou, em seu discurso, que o Brasil responde por 41% dos assassinatos contra pessoas trans. em todo o mundo. A vereadora citou dados do relatório da Transgender Europe (TGEU), organização que monitora, globalmente, informações levantadas por instituições trans. e LGBTQIA+.
“Durante a minha fala, quando apresentava dados sobre a transfobia brasileira, os gritos e xingamentos dos bolsonaristas me interrompiam. Fui chamada de ‘traveco’, ‘veadinho’ e ‘piranha’. Foi muito violento!”, diz a vereadora Benny Briolly.
Segundo ela, os ataques partiram de apoiadores do vereador bolsonarista Douglas Gomes (PTC) que, além dos xingamentos, afirmavam que os dados eram mentirosos. Também presentes à votação, representantes de movimentos sociais ligados aos direitos LGBTIA+ reagiram. Durante a confusão, o vereador Douglas Gomes chegou a dar voz de prisão a uma apoiadora de Benny Briolly.
“O vereador Douglas com muitas falas infelizes, transfóbicas e fascistas me deu voz de prisão depois de eu expor o fascismo dele. Uma voz de prisão de um homem branco cisgenero dentro de um lugar onde lutamos por democracia. Me senti oprimida!”, conta Colle, articuladora da Casa Nem.
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Em sua justificativa, Benny Briolly defendeu que o PL tinha o objetivo de promover reparação histórica à trajetória da comunidade trans., marcada por desemprego e vulnerabilidade, que acabam levando pessoas ao trabalho informal e à marginalização.  
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