MP investiga Felipe Bornier por suspeita de fraude imobiliária em Queimados

O Ministério Publico do Rio está investigando nesta manhã de terça-feira (19), uma série de fraudes ocorridas no cartório do 5º Ofício de Notas de Nova Iguaçu, cujo tabelião titular é Josemar Francisco, envolvendo o ex-deputado federal Felipe Bornier e sua empresa R2F, que tem a participação de mais irmãs de Bornier.

Esta operação, denominada de “Operação Lázaro”, vai cumprir 16 mandados de busca e apreensão contra os suspeitos de cometer uma fraude milionária envolvendo a compra e venda de um terreno de cerca de 200 mil metros quadrados, que fica às margens da Via Dutra, próximo do distrito industrial de Queimados. No processo que tramita na justiça, nove pessoas já viraram réus por crimes como associação criminosa, estelionato e falsidade ideológica.

Os agentes realizam buscas nas casas de oito pessoas, em sete empresas, e também no cartório do 5º Ofício de Nova Iguaçu.

Durante a operação, serão apreendidos livros cartorários, documentos, arquivos de computador, tablets e celulares dos investigados.

A Justiça também determinou o afastamento do tabelião das suas funções no cartório, além do bloqueio das contas bancárias dos investigados.

Fraude

O Ministério Público desconfiou que uma escritura de compra e venda do terreno era falsa. A escritura, que teria sido lavrada num cartório em Niterói, dizia que o terreno tinha sido comprado em 1983 e revendido em 2017 por uma pessoa que morreu em 2020. O cartório de Niterói, informou ao MP que nunca registrou essa escritura.

A matrícula do terreno está no cartório do 5º Ofício de Nova Iguaçu. Na matrícula, além do tamanho e das suas características, deve constar todo o histórico de compra e venda de um imóvel. O MP pediu ao cartório a cópia da matrícula do terreno, mas o tabelião informou que o livro – que por lei é de guarda perpétua – tinha sido incinerado.

Ou seja: segundo o MP, o tabelião do cartório de Nova Iguaçu inseriu essas informações na matrícula do terreno de forma fraudulenta, de forma que a escritura de compra e venda é falsa.

O MP descobriu, que depois disso o terreno foi novamente vendido – dessa vez para a empresa R2F Empreendimentos Imobiliários, cujos sócios são Felipe Bornier e duas irmãs – que também são rés no processo.

Segundo as investigações, depois que a propriedade do terreno ficou com R2F, a empresa da família Bornier, o tabelião “comprou” dois imóveis dessa mesma empresa, por preços bem inferiores aos de mercado. Um apart-hotel de frente para a Praia da Barra da Tijuca e um sítio de 236 mil metros quadrados em Nova Iguaçu.

De acordo com a denúncia, o tabelião “trocou”, de forma fraudulenta, o terreno às margens da Dutra com outros imóveis que pertenciam à empresa R2F.

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