Projeto usa reflorestamento como ferramenta de inclusão social

Além do plantio de mudas, iniciativa da Cedae ajuda na ressocialização de detentos Foto: Salvador Scofano

Além do plantio de mudas, iniciativa da Cedae ajuda na ressocialização de detentos
Foto: Salvador Scofano

Mais de 2,5 mil detentos em regime aberto e semiaberto já realizaram, desde 2008, ações de reflorestamento por meio do programa Replantando Vida, realizado pela Cedae em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária e a Fundação Santa Cabrini. Os apenados atuam no plantio de mudas de espécies da Mata Atlântica nas margens dos rios Guandu e Macacu para recuperar as matas ciliares nas bacias destes mananciais, que são responsáveis pelo abastecimento de 11 milhões de pessoas da Região Metropolitana do Rio.
A iniciativa tem o intuito de proteger as nascentes, contribuindo para melhorar a quantidade e a qualidade das águas que são captadas para tratamento e distribuição. A ação também ajuda a melhorar a qualidade do ar, já que as vegetações absorvem gás carbônico durante o processo de fotossíntese.
Além da preocupação ambiental, o projeto estadual promove a inclusão social e profissional dos detentos, que trabalham de forma remunerada e recebem curso de capacitação de mil horas/aula da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A cada três dias de trabalho, cada detento reduz um dia de pena.
150417 H140“Esse projeto é um ganho coletivo para a sociedade, pois além de contribuir para preservar as nascentes dos rios e o meio ambiente, gera oportunidades e capacitação para os apenados, que têm a chance de escrever novas trajetórias para suas vidas”, explicou o coordenador da ação, Alcione Duarte.
Atuando há oito meses na Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé – o maior viveiro de mudas do estado – Márcio da Silva Lima, de 42 anos, é um dos apenados que realiza o plantio.
“Nunca tinha trabalhado com cultivo de plantas e o programa me forneceu capacitação. Acho que esse projeto vai gerar oportunidades profissionais para mim, quando sair do sistema prisional”, disse Márcio.
Já o coordenador de Estudos Ambientais da Cedae, o biólogo César Seleri Bittencourt, destaca a importância do programa estadual para ajudar a combater a crise hídrica.
“As pessoas não costumam relacionar a escassez hídrica com a diminuição da vegetação nas nascentes dos rios, mas a mata tem um papel muito importante nesse bioma porque ajuda a reter o volume de água nessas bacias. Em tempos de escassez de chuva, isso é crucial para manter o abastecimento”, afirmou Bittencourt.

Planos de expansão

O Replantando Vida irá inaugurar um viveiro de mudas no Complexo do Alemão, e também há previsão de ampliação das áreas destinadas ao plantio de mudas.
“Temos disponíveis 420 hectares. Estamos estudando, junto à Secretaria do Ambiente, aumentar mais as áreas de cultivo” disse Duarte.

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