Falta de educação financeira: boa parte dos jovens brasileiros estão endividados

*Reinaldo Domingos

Recentemente a Serasa Experian divulgou um estudo amplo sobre a taxa de inadimplência no Brasil, mostrando que 28,1% dos jovens entre 18 e 25 anos estão inadimplentes, e essa porcentagem sobe para 29,9% na faixa etária de 26 e 30 anos. É uma notícia preocupante, uma vez que esse público abrange também aqueles que acabaram de entrar no mercado de trabalho, denunciando um cenário de consumismo e falta de educação financeira.
Por esse motivo, reforço a importância desse tema ser tratado já entre os mais jovens. Sabemos que o assunto não é cultural; nossos avós, pais e nem nós mesmos recebemos orientações a respeito da melhor maneira de usar os recursos financeiros. Sendo assim, as instituições de ensino possuem um papel significativo, oferecendo Educação Financeira em sua grade curricular, como é o exemplo do governo do Maranhão, que resolveu oferecer essa disciplina para mais de 30 mil alunos no programa Jovens Aprendizes.
É no período de capacitação e inclusão profissional que o jovem vive o conflito entre planejar o futuro e viver o presente. A confusão é grande e as tentações são ainda maiores. É um período de mudanças e descobertas; de agito na vida social – com amigos, namoros e família; de consumo exagerado; do dilema da escolha de uma profissão e do ingresso no primeiro emprego. Em praticamente todas essas situações, o jovem se depara com a inexperiência de administrar seu dinheiro.
Na verdade, essa já uma lei. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Portaria nº 723 de 2012, exige que as instituições que oferecem Programas de Aprendizagem Profissional elaborem-nos com conceitos de educação financeira e consumo e informações sobre o mercado e o mundo do trabalho. Os resultados que observamos apontam uma grande diferença entre o jovem profissional educado financeiramente e o que não tem a oportunidade de trabalhar esse tema. O primeiro tem mais foco, e o mais importante, tem a ascensão profissional muito maior. E esse, sem dúvida nenhuma, é o caminho para a formação de uma sociedade mais consciente e sustentável.

*Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro e presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP.

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