Mais de US$ 80 milhões foram anunciados ontem (2) em Paris para financiar a Iniciativa sobre Sistemas de Alerta Rápido sobre Riscos Climáticos (Crews, na sigla em inglês). Os doadores são Austrália, Canadá, França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda. A África terá prioridade na aplicação dos fundos para os 80 países onde serão executados o Crews, que foi anunciado na 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21).
Pela iniciativa, apoiada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Escritório das Nações Unidas para Redução de Desastres e o Banco Mundial pretendem arrecadar US$ 100 milhões até 2020. A chefe do escritório, Margareta Wahlström, disse que a contribuição direta oferece uma solução imediata e concreta para reduzir as mortes e cumprir as metas do Quadro de Sendai, com o objetivo de reduzir o risco de calamidades. Segundo Margareta, com a iniciativa, haverá eficientes sistemas de alerta precoce para salvar vidas em áreas do Oceano Índico, do Oceano Pacífico, do Caribe e de outras regiões propensas a desastres climáticos.
Além de África, a Crews vai para o apoio aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e aos países menos avançados, por “estarem na linha de frente das consequências mais dramáticas das alterações climáticas”. Estes são considerados os menos equipados com sistemas eficazes de aviso prévio. A OMM estima que mais de 80% dos 48 países menos desenvolvidos têm um sistema básico de alerta precoce. Uma pequena parte dos 40 Estados insulares em desenvolvimento tem um sistema de alerta precoce eficiente.
De acordo com o secretário-geral executivo da OMM, Michel Jarraud, esse tipo de mecanismo reduziu consideravelmente a perda de vidas devido a ciclones tropicais, inundações, tempestades, incêndios florestais, ondas de calor e tsunamis. Ele disse que esses sistemas provaram ser um bom investimento para reduzir perdas econômicas que ultrapassam US$ 300 bilhões anuais e estão aumentando em todo o mundo.
Prefeito de Mariana está em Paris e busca investimentos
Após o rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana (MG), o prefeito Duarte Júnior está buscando novas parcerias para diversificar a economia local e enfrentar os problemas da tragédia. Ele chegou ontem (2) a Paris para participar da 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) em busca de investimentos para a cidade e cooperações técnicas e financiamento para mitigar os danos em municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, afetados pela lama da barragem.
O rompimento da Barragem Fundão ocorreu no dia 5 de novembro deste ano e liberou mais de 50 mil toneladas de lama com rejeitos de mineração, destruiu o distrito de Bento Rodrigues (MG) e atingiu o Rio Doce, chegando ao litoral do Espírito Santo.
Antes de seguir para Paris, em mensagem publicada no Facebook da Prefeitura de Mariana, Duarte disse que o momento é muito difícil e “é preciso demonstrar para o mundo que aqui [em Mariana] aconteceu uma enorme tragédia, mas não vamos esquecer do nosso passado e vamos levantar a cabeça para o nosso futuro”.
“Estou indo com o único comprometimento de buscar maior parceria para Mariana, tornar essa cidade mais forte, […] com a intenção de tentar diversificar nossa economia, de tentar melhora a nossa qualidade de vida”, disse o prefeito na mensagem, contando que volta ao Brasil no sábado (5).