Corpo de dançarina morta pelo noivo é enterrado em Goiás

Corpo da dançarina foi enterrado no Cemitério Municipal de Trindade, em Goiás  Foto: Vitor Santana/G1

Corpo da dançarina foi enterrado no Cemitério Municipal de Trindade, em Goiás
Foto: Vitor Santana/G1

Foi enterrado no fim da tarde de domingo o corpo da dançarina de funk Amanda Bueno, 29 anos, morta pelo noivo na última quarta-feira (16), no bairro da Posse, em Nova Iguaçu. O enterro no Cemitério Municipal de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, onde cerca de 40 pessoas, entre amigos e familiares, se despediram da jovem.
Amanda, que na verdade se chama Cícera Alves Sena, morava no Rio de Janeiro há quatro anos, mas nasceu em Trindade. A família dela reside em Anápolis, a 55 km da capital, onde o corpo foi velado. Em seguida, por volta das 15 horas, o corpo foi levado para o cemitério onde já estão enterrados o pai e dois irmãos da dançarina. Um breve velório foi realizado no local e o caixão, que estava lacrado, foi aberto por apenas cinco minutos para que a filha de Amanda pudesse se despedir. Ela deixou a capela chorando e amparada por amigas. “Quero minha mãe de volta”, lamentou a estudante Emilly Cristina Sena, de 11 anos.
O noivo da vítima, Milton Severiano Ribeiro, conhecido como Miltinho da Van, está preso e confessou ter cometido o crime à polícia. Câmeras de segurança registraram o homicídio.

Assassinato a sangue frio

O crime ocorreu na casa onde Amanda morava com o Miltinho, no bairro da Posse, em Nova Iguaçu. Segundo a polícia, no vídeo que mostra o homicídio, é possível ver que ele pegou a vítima pelo pescoço, bateu com a cabeça dela 11 vezes em uma pedra do jardim e deu 10 coronhadas na cabeça dela. Em seguida, entrou em casa, vestiu o colete à prova de balas e se armou com um revólver, três pistolas e uma espingarda calibre 12. Ao passar pelo corpo, deu tiros com a pistola e com a espingarda no rosto da vítima.
Após a morte, Miltinho saiu, rendeu dois homens e roubou um carro, mas foi preso logo depois do crime, ao capotar durante fuga da polícia. Quatro armas, incluindo uma escopeta semelhante à que aparece no vídeo, foram encontradas no veículo.

Noivo teria sofrido surto

Para o delegado Fábio Cardoso, Divisão de Homicídios da Baixada, o crime pode ter sido motivado por ciúmes. Miltinho teria almoçado com uma ex-namorada que, no dia do crime, ligou para Amanda para provocá-la. A ligação teria gerado uma briga e o noivo saiu de casa. Mais tarde, ele teria voltado cambaleando.
Após ser preso, Miltinho admitiu o assassinato, segundo afirmou o advogado Hugo Assumpção. O defensor destacou que ele alegou ter sofrido um “surto” e que está arrependido do crime. Em depoimento, no entanto, ele se reservou o direito de ficar calado, conforme esclareceu o delegado Fábio Raboso, responsável pelas investigações.

Envolvimento com grupos criminosos

A polícia ainda apura se o suspeito tem ligação com milícias na região da Baixada Fluminense. “Diante do que a gente viu nesse crime, verificando o poderio financeiro dele, com veículos muito caros, a posse de um verdadeiro arsenal, com armas de grosso calibre e farta munição, somado ao fato dele estar envolvido com exploração do transporte clandestino na cidade e considerando essa violência desmedida com uma pessoa com quem ele vivia, tudo indica que ele pode ter envolvimento com grupos criminosos que atuam naquela região”, disse o delegado.

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