Polícia Civil realiza operação contra a lavagem de dinheiro da milícia

Ação acontece no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Até o momento, dois homens foram presos – Policiais civis do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), por meio da Delegacia Especializada em Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), com apoio operacional de outras unidades, realizam, nesta quinta-feira (01/06), a “Operação Contaminação”. O objetivo é o cumprimento de um mandado de prisão e 42 de busca e apreensão, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, contra o braço financeiro da milícia.

Até o momento, dois homens foram presos. Um deles é o principal alvo da ação. O outro foi detido em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, durante cumprimento do mandado de busca e apreensão. Também foram apreendidos veículos, armas, joias e documentos.

Também foram decretadas medidas constritivas, como o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens e arresto de valores até R$ 93 milhões, bem como a quebra de sigilos fiscal e bancário. Igualmente deram suporte operacional à ação agentes da Polícia Civil de Minas Gerais e técnicos de uma concessionária de energia elétrica. Ao todo, cerca de 200 policiais estão em diligências em postos de gasolina, lojas de conveniência e outros estabelecimentos, além de endereços residenciais.

Durante as investigações, verificou-se que milicianos integrantes do núcleo financeiro da milícia são proprietários de inúmeras empresas, em especial postos de gasolina e lojas de conveniência, possuindo patrimônio incompatível com seus rendimentos. Foram individualizados ainda carros importados e imóveis de luxo em nome de outras pessoas, ligadas à milicia. A apuração teve início a partir do encaminhamento de dados de inteligência financeira pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), dando conta de relevantes movimentações financeiras suspeitas ou atípicas envolvendo os alvos da operação, tendo sido detectada uma grande entrada de recursos em espécie depositados em contas de suas empresas, de forma fracionada.

Segundo os agentes, há indícios de que capitais oriundos de atividades criminosas estejam sendo misturados a recursos de origem legítima das empresas, com o objetivo de promover a lavagem de dinheiro. As investigações realizadas identificaram indivíduos com anotações criminais, empregados cadastrados, que operariam a reciclagem do dinheiro ilegal, por meio de depósitos de valores suspeitos nas contas dos postos de gasolina.

O objetivo da operação é a obtenção de provas dos crimes citados, assim como a prisão de miliciano, que promoveria a lavagem dos recursos indevidamente auferidos mediante cobrança de “taxa de segurança”, agiotagem, extorsões, homicídios, comércio ilegal de combustíveis, tráfico de armas e exploração do transporte alternativo e de máquinas caça-níqueis.

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