
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Um homem de 52 anos, morador de Sumaré, na região de Campinas, foi infectado pelo vírus Zika por meio de transfusão de sangue, confirmou o Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A identificação do vírus não faz parte dos exames laboratoriais obrigatórios na triagem de doadores de sangue. Até então, a transmissão vinha ocorrendo por meio do mosquito Aedes aegypti.
Segundo o Hemocentro, em março deste ano, um portador do vírus Zika notou o aparecimento de sintomas logo após fazer a doação de sangue e supôs que estivesse com dengue. O Hemocentro enviou, então, amostras do sangue do doador para o Instituto Adolfo Lutz, que confirmou a presença do vírus Zika.
De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, a Zika é caracterizada por febre, dores nas articulações e manchas vermelhas pelo corpo, com duração de três a sete dias. Geralmente, não há complicações graves e registro de mortes. No mês passado, porém, o Ministério da Saúde confirmou que o vírus Zika é um dos causadores da microcefalia em bebês nascidos de mães que tiveram a doença durante a gestação. O vírus começou a circular no país este ano, principalmente na Região Nordeste.
Qualidade do sangue
Em nota, o Hemocentro pede que a população fique tranquila. “A instituição segue todos os padrões internacionais de qualidade na coleta, processamento, armazenamento e distribuição de sangue e hemoderivados”, informa o texto.“ O compromisso do Hemocentro da Unicamp é de disponibilizar sangue de qualidade para o uso seguro por qualquer um de nós, uma vez que nenhuma pessoa está livre do risco de precisar de uma transfusão, em emergências e urgências, por exemplo”, destaca.
País tem perdido batalha contra mosquito da dengue, diz ministro

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse ontem que houve certa contemporização no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika.
“Não quero culpar ninguém. Não é esse o nosso objetivo. Mas temos 30 anos com a presença do Aedes aegypti no Brasil. Se o mosquito está vencendo essa batalha é porque não fizemos as ações que seriam necessárias para destruí-lo.”
Após participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Castro lembrou que o mosquito pode levar à morte em casos graves de dengue, provocar incapacidade, por meio de infecções por chikungunya, e a casos de microcefalia e de síndrome de Guillain-Barré, provocadas pelo vírus Zika.
“A verdade é que essa batalha o mosquito tem ganhado. Daí eu dizer que houve uma contemporização. Não estou dizendo que foi de A, B ou C. Na verdade, estou me referindo a nós todos, cidadãos e cidadãs brasileiros, que poderíamos ter nos empenhado mais no combate ao mosquito.”