Com apoio do Governo, Picciani é líder de novo

Os deputados cariocas Pedro Paulo e Marco Antonio Cabral ajudaram o filho do presidente da Alerj na briga para voltar à liderança Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Os deputados cariocas Pedro Paulo e Marco Antonio Cabral ajudaram o filho do presidente da Alerj na briga para voltar à liderança
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

A Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados confirmou no início da tarde de ontem que o deputado Leonardo Picciani (RJ) é o novo líder do PMDB na Casa. Ele, que é filho do presidente da Alerj, Jorge Picciani, havia sido substituído na última quarta-feira (9) pelo deputado Leonardo Quintão (MG), que apresentou requerimento com 35 assinaturas, uma a mais do que o necessário. O partido conta com 66 parlamentares.
Na manhã da quinta-feira, Picciani apresentou uma lista com 36 assinaturas em apoio a sua liderança, que incluía os deputados Pedro Paulo, ex-secretário municipal de governo do Rio de Janeiro e pré-candidato a prefeito; e Marco Antônio Cabral, ex-secretário do Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro e filho do ex-governador, Sérgio Cabral, que retornaram à Câmara por decisão do diretório estadual.
Picciani destacou que a volta dos dois deputados não foi motivada pela necessidade de apoio a sua liderança, mas pela defesa da posição do partido no Rio de Janeiro, que é contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Houve um entrave burocrático. A Mesa estava reconhecendo as assinaturas anteriores. Mas os próprios deputados esclareceram que o apoio se tratava à lista presente”, explicou Picciani que, por quase duas horas, ficou na sala da Secretaria até que o apoio fosse reconhecido.
A Mesa Diretora da Câmara chegou a rejeitar a lista com as 36 assinaturas, argumentando que o deputado Vitor Valim (CE) também foi signatário da lista anterior, que pedia a substituição de Picciani. Picciani prometeu então recorrer e buscar novos apoios. Durante a apresentação da lista, chegou a haver um tumulto, com aliados de Picciani afirmando que a rejeição da lista seria mais uma manobra dos oposicionistas.

Marco Antonio Cabral reassumiu a cadeira só para ajudar o amigo Picciani

Marco Antonio Cabral reassumiu a cadeira só para ajudar o amigo Picciani

Picciani precisava reunir metade mais um da bancada do partido – hoje com 69 parlamentares – para poder voltar à função. “Acho que fui vítima de um instrumento de força que é ruim para o partido, que constrange os deputados. Fui obrigado a fazer a lista porque foi a única forma de retornar à liderança e manter o calendário de eleição para que novo líder seja escolhido em fevereiro do próximo ano. Lamento que isto tenha ocorrido, mas agora restauramos a decisão democrática”, disse anteriormente.
O motivo da saída de Picciani foi a lista de nomes do PMDB que ele apresentou para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. As vagas foram disputadas por integrantes do partido aliados do governo e nomes ligados ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que desde o fim do primeiro semestre anunciou rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.
Insatisfeitos com as indicações, uma ala da legenda chegou a acusar Picciani de descumprir um compromisso firmado com a bancada, que previa que metade dos nomes (quatro) fossem escolhidos entre parlamentares favoráveis ao processo e a outra metade entre mais aliados ao governo. Para o grupo, Picciani “atropelou” a bancada e fechou uma lista que foi construída com o Palácio do Planalto.
Leonardo Picciani minimizou divergências e negou que tenha sido vítima de um golpe. “Creio que isso é fruto do momento tenso que o país vive, em que é preciso aprovar medidas fiscais, quando há um processo de impedimento em curso, e ainda divergências sobre a situação de Eduardo Cunha. Tudo isto tensiona o ambiente. É preciso que todos recolham suas armas para que o PMDB ajude o país a superar esta situação.”
O peemedebista afirmou que com a confirmação das assinaturas retomará a liderança, mantendo o diálogo com o Palácio do Planalto. “Continuarei dialogando com a presidente Dilma. A maioria da bancada tenho certeza que preza o diálogo, embora alguns reclamem. Conversando é que se encontram os caminhos para os desafios”, concluiu.
PSB afasta Romário do comando
no Rio de Janeiro

Romário não negou apoio ao candidato a prefeito Pedro Paulo, do PMDB

Romário não negou apoio ao candidato a prefeito Pedro Paulo, do PMDB

Na quarta-feira (16), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afastou o senador Romário do comando do diretório do partido no Rio de Janeiro.
De acordo com Siqueira, o afastamento foi motivado pela notícia de que Romário teria nomeado um réu, acusado de homicídio, na secretaria de finanças do PSB do estado.
Siqueira acrescentou que o fato de Romário não ter negado o compromisso de apoiar candidato do PMDB a prefeitura do Rio também pesou na destituição. Até o início da noite de ontem o Baixinho não havia se pronunciado sobre o gesto da Executiva Nacional de seu partido.

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