Desde a inauguração do Libra, laboratório de controle de qualidade do Sistema Guandu, de Nova Iguaçu, o “olho clínico” com que técnicos da Cedae analisam a água produzida para 10 milhões de pessoas na cidade do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense é cada vez mais minucioso. Se até 2022 eram avaliados 31 parâmetros de qualidade, em 2023 (quando o Libra entrou em operação) o número mais que dobrou e chegou a 78 parâmetros – um salto de 151,6%.
Entre os novos itens analisados estão informações como subprodutos da cloração, carbonos orgânicos voláteis (VOC’s) e agrotóxicos, entre outras substâncias, a maioria sequer exigida pela legislação. O número total de amostras analisadas também subiu, de 251 mil em 2022 para 294,3 mil em 2023, garantindo maior segurança para o consumidor.
-É uma verdadeira revolução em termos de monitoramento. A nossa projeção é que, em 2025, teremos autonomia analítica completa, podendo ampliar o monitoramento para muito além do solicitado pelo Ministério da Saúde. E já deixaremos o Sistema Guandu e o laboratório prontos para qualquer eventual revisão da portaria que define os critérios de potabilidade – explicou o coordenador do Controle de Qualidade do Sistema Guandu, Robson Campos.
136 parâmetros até 2025
Segundo Robson, algumas análises ainda são contratadas de laboratórios externos, mas isto vai começar a mudar com os investimentos de R$ 7 milhões em novos equipamentos previstos para o ano que vem. Os novos aparelhos permitirão ampliar o número de parâmetros para 127 em 2024 e 136 em 2025.
A Companhia vai adquirir um ICP/MS (sigla em inglês para Espectrômetro de Massas por Plasma Acoplado Indutivamente, aparelho que detecta metais e não metais em concentrações microscópicas), um Titulador Automático (que mede com precisão a presença de cloretos, insumos químicos e alcalinidade), uma geladeira Csv600 (para armazenar amostras) e um Analisador de Óleos e Graxas por Infravermelho. Somente este último equipamento vai reduzir de quatro horas para meia hora a análise da presença e concentração de óleos na água.
Foto: Leo Ripamonti