Dicas de Português – 30/12

Concordância nominal e verbal: para não errar mais

Para continuar o especial de regras gramaticais para os concurseiros de plantão, hoje o destaque fica por conta da regência verbal. Para se ter uma ideia, esse é o assunto predileto de quem elabora as provas e costuma cair com bastante frequência, até mesmo nos vestibulares. Assim como na concordância verbal, o primeiro passo para não errar ou cair em pegadinhas é ficar de olho no termo regente, que, nesse caso, é o verbo. O termo regido é o complemento.

O ponto de partida é analisar a oração para checar alterações nesses dois itens que formam a regência verbal. Para que não ocorra nenhum risco de errar, lembre-se da fase escolar, onde foi ensinado como se dão os verbos transitivos diretos, indiretos, diretos e indiretos e intransitivos. Assim para entender a regência verbal. Os quatro casos pedem a análise da preposição, ou seja, se o sujeito pede o auxiliar. Veja a definição de cada um deles abaixo:

• Verbos transitivos diretos: não têm sentido completo e pedem um objeto para complementar a oração, sem uso da preposição;
• Verbos transitivos indiretos: não têm sentido completo, contudo, o complemento da oração pede preposição (Ex: ‘a’ e ‘de’);
• Verbos transitivos diretos e indiretos: esse caso precisa de um pouco de atenção por ter 2 complementos na mesma frase, um com preposição e outro sem. Um exemplo:
A garota deu um chocolate ao colega.
Nessa frase, o “deu” pede complemento, pois quem dá está atrelado a alguma coisa. O mesmo verbo complementa o “ao colega”. Assim, se deu algo para alguém, o que pede uma preposição. No caso, “ao”.
• Verbos intransitivos: verbos que não transitam, ou seja, não exigem complemento. A frase “ele morreu”, não pede auxílio de preposição.

A partir do reconhecimento desses tipos de verbos, fica fácil identificar a regência verbal. Outros exemplos:

Verbo aspirar: no sentido de inspirar, ele exige o complemento sem preposição, o que o faz transitivo direto.
Verbo visar: no sentido de desejar ou almejar, ele é transitivo indireto, pois pede uma preposição. Nesse caso, seria o “a”, pois quem visa, visa algo.
Para compreender a regência verbal será preciso de um pouco de decoreba, mas, com a prática, o conteúdo é assimilado com facilidade. Nos livros de gramática, há a listagem dos principais verbos mais comumentes em orações, o que dá segurança para o concurseiro na hora de marcar a alternativa correta. É aquela velha história de depender do contexto da frase, analisar o verbo e o que vem após ele. Por isso, estudar os diferentes casos é de grande ajuda. Atente-se aos verbos mais populares, pois são eles que costumam cair nas provas.

É comum ouvirmos ou lermos diariamente mensagens que expressam a falta de preocupação com as concordâncias nominal e verbal. Parece que esta falta de atenção tomou conta da nossa forma de comunicar. Exemplo é o e-mail abaixo escrito por um gestor:

“Segue anexo as proposta In Company e Varejo. Por favor avaliem se está ok pra vocês, que posteriormente enviarei para os executivo. Obrigada!”
Há muitos problemas no trecho acima, mas neste artigo vou destacar a questão da concordância nominal destacando as frases: “anexo as proposta”; “os executivo”; e “obrigada”. Quem escreveu o texto acima, com certeza, esqueceu que o cuidado com o outro e com a empresa que trabalha começa pela comunicação que se decide utilizar para criar empatia e consequentemente boas impressões sobre seus talentos.

Por isso é importante uma rápida revisão sobre concordância nominal, que é o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular).
Exemplo: “Eu não sou mais um profissional nesta empresa grandiosa”.

Observe que, de acordo com a análise da oração, o termo “nesta” é a junção da preposição “em” com o pronome “esta” e, portanto, concorda com o substantivo feminino empresa, ao mesmo tempo em que o adjetivo “grandiosa” também faz referência ao substantivo e concorda em gênero (feminino) e número (singular).

Mais um exemplo, com análise bem detalhada:
“Dois vendedores fortes venceram a competição de metas de vendas do trimestre”
Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: vendedores. Os termos modificadores do substantivo “vendedores” são: o numeral “Dois” e o adjetivo “fortes”. Os termos que fazem relação ao substantivo na concordância nominal devem, de acordo com a norma culta, concordar em gênero e número com o ele. Nesse caso, o substantivo “vendedores” está no masculino e no plural e a concordância dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no plural.
Com isso, temos por regra geral da concordância nominal que os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem concordar com ele em gênero e número, logo, o trecho do e-mail em destaque deve ser escrito da seguinte forma:
“Seguem anexas as propostas de prestação de serviço In Company e no Varejo. Por favor, avaliem se estão ok pra vocês, pois enviarei para os executivos. Obrigado!”

Para não errar, sugiro que localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no último exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de gênero e número com o nome.
A regra é simples e precisa ser praticada para que você não permita que gírias e modismos tomem conta da expressão verbal.

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