A família do autista Gabriel Igor Rodrigues Guedes, de 21 anos, detido no último sábado (26), no bairro Vilar Novo, em Belford Roxo, tenta provar a inocência do rapaz. Ele foi preso por policiais da 39ª BPM (Belford Roxo), acusado de praticar um assalto acompanhado de mais três homens.
“Ele é autista e foi preso por crime que não cometeu. Deus sabe como meu coração e minha alma estão. Mas tenho fé que ele vai ser solto. Queremos justiça!”, disse chorando a mãe do rapaz, Luciana Pitschnig, de 40 anos. De acordo com familiares, Garbriel foi preso por engano, enquanto comprava remédio para uma vizinha numa farmácia, que foi invadida por criminosos que haviam roubado um carro na região.
Segundo a família, quatro assaltantes roubaram um veículo no bairro Vilar Novo e na fuga tiveram que abandoná-lo, pois o mesmo teve o sistema de segurança acionado, e seguirem a pé. O dono do automóvel, que pediu para não ser identificado, havia acionado a polícia, que perseguiu o quarteto, sendo que um dos assaltantes fugiu em direção contrária dos outros.
Na fuga, os criminosos se encontraram por acaso com Gabriel, que seguia para uma farmácia. Ainda conforme os parentes do autista, ele foi pego por engano quando a polícia cercou o local e prendeu os assaltantes.
Na delegacia, a vítima reconheceu o trio e Gabriel como o quarto suspeito. Entretanto, os próprios criminosos informaram aos policiais que Gabriel não fazia parte do bando.
A família de Gabriel só ficou ciente do fato, um dia após a prisão do rapaz, quando Gabriel já havia sido transferido para o Complexo Penitenciário de Bangu. O jovem mora com os avós. Seu irmão mais velho, Renato Guedes, de 25 anos, ficou revoltado quando soube do caso. “Meu irmão não faria mal a ninguém, ele sempre foi um menino de bom coração. É uma injustiça!”, desabafou.
De acordo com parentes de Gabriel, ele só poderá ser solto após o recesso judiciário e com apresentação de laudos médicos comprovando suas limitações.
Mobilização em redes sociais
A prisão de Gabriel, mobilizou seus amigos e familiares. Diversas pessoas estão pedindo por justiça e pela liberdade do jovem, através das redes sociais e pretendem organizar uma passeata pelo Centro de Belford Roxo para que as autoridades não se esqueçam do caso. Gabriel Igor trabalhava no Centro do Rio de Janeiro como comerciante e mesmo sendo autista, levava uma vida normal. Ele é conhecido como “Sorriso” por ser sempre simpático.
