Sesc Meriti recebe Leci Brandão – Na Palma da Mão

Musical, que celebra vida e obra da artista, circula pelo estado e município do Rio com apresentações únicas, em 2024 – Nome incontornável da música brasileira, compositora e intérprete de mão cheia, Leci Brandão é uma mulher à frente do seu tempo, pioneira em tudo o que tem feito em quase meio século de carreira. Primeira mulher a integrar a Ala de Compositores da Mangueira, e segunda mulher negra a ser eleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo, Leci assumiu a homoafetividade publicamente no fim dos anos 70, em entrevista ao jornal Lampião da Esquina, e, alguns anos depois, rompeu com a gravadora multinacional por não aceitar abrandar as letras contestadoras. É autora de sucessos atemporais como Papai vadiouIsso é fundo de quintalEssa tal criaturaOmbro amigo e Zé do Caroço, este último regravado por artistas tão diversos como Seu Jorge, Anitta, Mariana Aydar, Grupo Revelação e a banda de rock Canto Cego.

Para reverenciar a vida e a obra de Leci Brandão, o diretor Luiz Antonio Pilar leva o musical Leci Brandão – Na Palma da Mão, com texto do jornalista e escritor Leonardo Bruno em março e em abril nos seguintes SESCs: Niterói (1º/3), São Gonçalo (2/3), Barra Mansa (7/3), Nova Iguaçu (9/3),  Ramos (15/3), Madureira (16/3), Teatro Sesc Rosinha de Valença (22/3), São João de Meriti (23/3), Nova Friburgo (30/3) e Teresópolis (6/4). O musical foi contemplado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar.

https://drive.google.com/file/d/1Mphpozm3a1KziOViuPuNb1oWn83_n73m/view?usp=gmail

O espetáculo estreou em janeiro/2023 no SESC Copacabana no Rio de Janeiro, onde teve todas as suas sessões esgotadas, além de fazer uma temporada de sucesso no Teatro João Caetano, os circuitos Firjan SESI Cultura e Festival SESC de Inverno pelo interior do estado do Rio de Janeiro e uma curta temporada em São Paulo no Itaú Cultural – com um público total estimado de mais de 5 mil pessoas com apenas 40 apresentações até agora.

As atrizes Tay O’Hanna e Verônica Bonfim interpretam Leci Brandão e sua mãe, D. Lecy, respectivamente, e Sérgio Kauffmann representa personagens masculinos presentes na vida da cantora, como o líder comunitário Zé do Caroço, inspiração de uma de suas músicas mais famosas.

A narrativa é construída a partir da relação entre mãe e filha, muito forte até a morte de D. Lecy, aos 96 anos, em 2019. “O espetáculo é contado sob o ponto de vista da mãe, referência maior na vida de Leci. São reminiscências dela. No espetáculo, às vezes, a mãe canta canções significativas do repertório da Leci para a Leci. Em Das coisas que mamãe me ensinou, fizemos uma alteração na letra ‘tudo isso é resultado das coisas que sua avó (ao invés de mamãe) me ensinou’: a avó da Leci ensina pra mãe, que ensina pra Leci e Leci deixa seu legado. A ideia foi construir um espetáculo cujo arcabouço mostrasse toda a tradição familiar e religiosa, o respeito e a educação de uma família preta, que a Leci traz”, resume o diretor Luiz Antonio Pilar.

O texto de Leonardo Bruno marca sua estreia no universo teatral: “Para a pesquisa que eu havia feito para o livro Canto de Rainhas (Agir, 2021) já me chamava a atenção como ela era muito avançada para a época. Os cinco primeiros discos, lançados na segunda metade dos anos 70, falam de coisas que estamos discutindo agora – mulheres, negros, LGBT, desigualdade social e por aí vai.

A simbologia do Candomblé, muito presente na vida da artista, é um dos fios condutores da dramaturgia. Filha de Ogum e Iansã na religião africana, Leci passou cinco anos sem gravar desde que se afastou da Polygram, por não aceitar reescrever suas letras. Em uma consulta às entidades no terreiro, ouve que tudo ficará bem. Ela assina com uma gravadora nacional, grava um disco com seu nome e estoura. Em agradecimento, todos os seus discos a partir de então tem uma saudação a um Orixá.

Leci Brandão estendeu sua luta política para o plenário e, já radicada em São Paulo, filiou-se ao PCdoB e foi eleita deputada estadual em 2010 com 86.298 votos. Atualmente em seu quarto mandato, recebeu 90.496 votos em 2022. Aos 78 anos, segue ativa na música e na vida parlamentar, conclamando o povo para levar na palma da mão a luta pelas causas de todos os marginalizados.

FICHA TÉCNICA:

Leci Brandão – Na Palma da Mão

Texto e pesquisa: Leonardo Bruno

Adaptação dramatúrgica: Lorena Lima, Luiz Antônio Pilar e Luiza Loroza

Direção: Luiz Antonio Pilar

Direção Musical: Arifan Júnior

Assistente de direção: Lorena Lima

Direção de Movimento: Luiza Loroza

Figurino: Rute Alves

Cenografia: Lorena Lima

Iluminação: Daniela Sanchez

Direção de Produção: Bruno Mariozz

Atriz/Cantora: Verônica Bonfim

Ator/Cantor: Sérgio Kauffmann

Atriz/Cantora: Tay O’Hanna

Violão, clarinete e agogô: Matheus Camará

Cuíca, tantan, surdo, caixa, tamborim, congas e efeitos: Pedro Ivo

Violão, cavaquinho e xequerê: Rodrigo Pirikito

Pandeiro, atabaque, congas, repique de anel, repinique e efeitos: Thainara Castro

Preparador Vocal: Pedro Lima

Assistente de Direção Musical: Rômulo dos Anjos

Assistente Figurino: Diogo Jesus

Assistente Cenografia: Tarso Tabu

Cenotécnico: Vicente Mota

Identidade Visual: Patricia Clarkson e Rafael Prevot

Comunicação: Natasha Arsenio

Produção Executiva: Walerie Gondim

Produção: Palavra Z Produções Culturais

Idealização e Realização: Lapilar Produções Artísticas

SERVIÇOLeci Brandão – Na Palma da Mão

Apresentações e endereços:

22/3, sexta-feira, às 20h – Teatro Sesc Rosinha de Valença. Endereço: Av. Profa. Silvina Borges Graciosa, 44 – Belo Horizonte, Valença. Ingresso gratuito

23/3, sábado, às 19h – Teatro – São João de Meriti. Endereço: Avenida Automóvel Clube, 66- Tomás Coelho. Ingresso: R$10,00 (inteira)

30/3, sábado, às 19h-  Teatro -Nova Friburgo. Endereço: Sesc Nova Friburgo – Av. Pres. Costa e Silva, 231 – Centro, Nova Friburgo. Ingresso: R$10,00 (inteira)

6/4, sábado, às 19h30 – Teatro – Teresópolis. Endereço: Sesc Teresópolis – Av. Delfim Moreira, 749 – Várzea, Teresópolis. Ingresso: R$10,00 (inteira)

Ingresso: R$10,00 (inteira); R$5,00 (meia entrada em casos previstos por lei, professores e classe artística com documento comprobatório); Gratuito (Credencial plena, crianças e jovens até 16 anos e PCG) // *Grátis dia 22/3, sexta-feira, às 20h – Teatro Sesc Rosinha de Valença

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