Com volta de grandes eventos, Rio precisa corrigir falhas que afastam retorno de turistas


O Rio recebeu no ano passado quase 1,2 milhão de turistas internacionais e a expectativa é que o número seja ainda maior em 2024, quando uma série de eventos, como a reunião de cúpula do G20 e a 40ª edição do Rock in Rio, vai movimentar a cidade, destino que já é o preferido dos viajantes nacionais. Mas, para continuar atraindo mais visitantes e fidelizar os que já vieram, o Rio precisa investir em uma série de ações, diz Alexander Lima, coordenador do curso de Gestão em Turismo do Centro Universitário Celso Lisboa.

“A gente precisa investir em experiências agradáveis no cotidiano. O turista que chega aqui precisa ser sempre bem atendido, ter acesso a prestação de serviços de qualidade e sair daqui com a sensação de quero mais, com a memória de ter sido bem acolhido”, avalia.

Para isso, diz Alexander, é preciso aperfeiçoar a infraestrutura da cidade, melhorando, por exemplo, a acessibilidade. Outro ponto que requer atenção é a sinalização, muitas vezes confusa ou até mesmo incompleta.  O turista que sai da Lagoa e entra no Túnel Rebouças com intenção de visitar o Cristo Redentor, por exemplo, encontra placas mostrando o caminho de carro até a estátua, mas nenhuma indicação de como chegar ao Trem do Corcovado, o bondinho que também leva à atração.

“O turista que quer visitar o Cristo Redentor, por exemplo, conta com uma série de opções, como o bondinho e vans. Mas como as informações não são muito claras, isso dá margem para confusões e para transportes não oficiais e regulamentados, que podem sair até mais caro para o visitante”, explica Alexander. 

Outro problema apontado por Alexander é a mobilidade. Se já é difícil para moradores da cidade se orientar na extensa malha de transportes do Rio, para um turista, a dificuldade é ainda maior. É preciso que visitantes nacionais ou internacionais saibam com clareza como se localizar, como chegar de um ponto a outro. Na última quinta-feira, uma turista argentina, que visitara a Catedral Metropolitana, no Centro, pedia informações a pedestres. Ela queria chegar a uma estação de metrô, mas não viu placas sinalizando a presença da estação Carioca, localizada a poucos metros de onde ela estava.

A segurança também é outro calcanhar de Aquiles do Rio de Janeiro. No Centro, assaltos perto dos Arcos da Lapa viraram rotina, segundo quem trabalha na região. 

Para melhor aproveitar o potencial da cidade, que tem ganhos expressivos com a chegada de turistas e movimentou somente no carnaval cerca de R$ 5 bilhões em serviços diretos e indiretos, Alexander também diz que se deve capacitar agências, guias e profissionais do turismo.


“É preciso profissionalizar e alavancar essas áreas, e assim nós poderemos aproveitar de forma mais eficiente os benefícios do turismo permanente, que irá gerar mais empregos, inovação, e fará a economia circular, o que depois pode ser reinvestido em áreas como saúde e educação.

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