Artista da Baixada comemora 40 anos de sua obra em madeira

Edilson Macedo de Moraes é um artista multifacetado que deu seus
primeiros passos na arte ao mergulhar na poesia, mas logo depois
sua inquietude artística o levou á musica, para a dramaturgia, ao
ativismo politico, cultural e ao movimento negro.
Macedo de Moraes ou como gosta de ser chamado Macedo Griot
comemora em 2024, 40 anos de poesia na madeira, período que será
abordado em exposição com poesias pirografadas na madeira.
O Colégio Estadual Antônio Figueira de Almeida marca a estreia da
exposição no dia 1o de abril e segue até dia 14. Do dia 15 até o dia
30 é a vez do Shopping Nilópolis Square (2o piso), que se encerra
comemorando o dia da Baixada Fluminense com a presença de
artistas e produtores culturais da região.

O trabalho do artista são quadros em madeira, onde o autor escreve suas poesias com um
pirógrafo – instrumento que permite escrever a fogo na madeira. Em
seguida, a exposição ira se tornar em um livro, em que as 4 décadas
de poesia incluirão também sua trajetória pela musica, o teatro e tantos
outros projetos. A exposição só será possível porque é um projeto
contemplado pelo Edital de fomento à cultura, através da Lei Paulo
Gustavo, Lei Complementar no 195/2022.
O poeta, compositor e dramaturgo já carregava a poesia na alma, mas
tudo começou de verdade quando conseguiu sair das vielas da Central
do Brasil e mudou-se para Santa Teresa. Macedo começou a queimar
sua poesia na madeira, a partir de um pirógrafo e madeira
emprestados, e assim, passou a frequentar os bares na noite da Zona
Sul Carioca. Logo depois ampliou sua caminhada para a Zona Norte,
Niterói e Baixada Fluminense, embora a Zona Sul tenha sido o palco
de estórias alegres e outras nem tanto, bem como curiosas, como sua
passagem pelo lendario bar Bip Bip do Alfredinho, em Copacabana,
onde escreveu poesias ao vivo e que ganhou espaço na coletânea
chamada Caras do Rio – poéticas carioca, em 1995.
O artista nunca deixou a poesia, que o levou a encontrar outras
expressões artísticas, uma delas foi o teatro, onde o autor criou
diversas peças teatrais e recebeu premio pelo seu trabalho, dentre
algumas de suas criações destacamos “Canções de um Filho de
Pátria”, “Os Vampiros do Cortiço” e “O Papa Goiaba e Faca inteligente”.

Macedo também foi premiado na musica com a composição
“Benguelê”, “Santa Marta Canta Geral” e com “Zumbi do Morro”, em
parceria com o músico Ivam Machado, aliás um parceiro em mais uma
dúzia de canções. Mas não para por ai. No Rio, por mais de 3 anos,
Macedo é o Griot que contou suas histórias no Valongo, Pedra do Sal,
morro da Conceição e Instituto Pretos Novos no Projeto de Contação
Tridimensional de Histórias, uma dinâmica itinerante que situa a
história e o espectador no espaço físico onde a ação teria se dado.
Projeto vencedor do prêmio Heloneida Studart e FAVELA CRIATIVA,
contando a história SOCIEDADE SECRETA DOS TAMBORES
BANTUS. Ainda no Rio de Janeiro, sob a Direção de Haroldo Costa e
a Produção de Lene de Victor, realizou o Projeto UM GRIOT NO MEU
BAIRRO, contando a história da formação dos bairros contemplados,
dentre os quais Pavuna, Vista Alegre, Penha, Santa Cruz, Pç Sêca.

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