O prefeito Nelson Bornier leu um bilhete deixado pelo pai poucos dias antes de sua morte
Foto: Alziro Xavier
Mais de mil pessoas se despediram na quinta-feira (14) de Nelson Nunes, 88 anos, pai do prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, ao som de um afinado regional de flauta, violão e cavaquinho que tocou, no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, alguns dos principais clássicos dos mais famosos seresteiros brasileiros.
Dias antes de seu falecimento, ocorrido na quarta-feira, na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, seu Nelson, como era chamado carinhosamente, escreveu o último pedido num bilhete para família Bornier. Ele não queria flores no enterro e nenhuma manifestação de tristeza, mas a alegria das serestas. Seu pedido foi atendido pela família e os amigos.
“Saudades, só em vida. Assim irei feliz. Obrigado”, escreveu ele, a mão, num pedaço de papel que o filho, emocionado, conteve o choro e leu ao dele se despedir diante do túmulo. Rosa Bornier, uma das filhas (a outra é Maria Luiza), acariciava o pai cantando “Naquela Mesa”. Chão de Estrelas, Fascinação, Carinhoso, Rosa Amarela, A Volta do Boêmio, entre outras obras famosas de cantores seresteiros, foram tocadas pelo regional do Vadeco.
Nelson Bornier exaltou as virtudes do pai, um homem simples, religioso, recordando que na virada deste ano ele estava animado, feliz, e já listava os convidados para sua festa de aniversário no próximo dia 27, quando completaria 89 anos.
O neto Felipe, deputado federal pelo Rio de Janeiro, exaltou os bons exemplos deixados pelo avô, destacando seu jeitão sempre alegre, brincalhão e amoroso com todos. Felipe lembrou que na quinta seu pai, Nelson Bornier, fez aniversário.
Os serviços religiosos no sepultamento de Nelson Nunes foram comandados pelo bispo da Diocese de Nova Iguaçu, Dom Luciano Bergamim, que estava acompanhado do vigário paroquial da igreja de Nossa Senhora de Fátima e São Jorge, Porfírio Fernandes, e pelo pastor Edgar Barreto, da Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu.
Vereadores da maioria dos partidos e de várias cidades da Baixada Fluminense, o secretariado municipal de Nova Iguaçu, o secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior, empresários, lideranças evangélicas, católicas e espíritas, presidentes de empresas públicas, artistas, amigos da família Bornier e pessoas do povo compareceram ao velório e levaram o corpo até ao local em que foi sepultado.
