Uso do Pico da Coragem por praticantes do voo livre vira tema de debate

O secretário José Arnaldo mediou encontro entre esportistas e família proprietária do sítio Foto: Marllon Guedes

O secretário José Arnaldo mediou encontro entre esportistas e família proprietária do sítio
Foto: Marllon Guedes

O direito de um cidadão se encerra no ponto em que começa o de outro. É com base neste pensamento que a Prefeitura de Japeri, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMADES), promoveu um encontro entre membros do Clube de Voo Livre do município, representantes da Federação das Associações de Moradores Urbanos e Rurais de Japeri, do Instituto Kerygma Ambiental – responsável pelas caminhadas do Projeto Anda Japeri –, conselheiros do Meio Ambiente e praticantes de voo de parapente e asa delta. O objetivo da reunião, realizada na manhã de ontem, no auditório da E.M. Ary Schiavo, no Centro de Japeri, foi construir um diálogo entre o grupo e os proprietários do sítio localizado no Pico da Coragem, local de onde decolam os praticantes do voo livre.
Membros da Família Freitas, dona do imóvel, afirmam que a transformação do Pico da Coragem em ponto turístico acarretou em prejuízo aos que ainda residem no sítio. “O local é muito frequentado pelo pessoal do voo livre e também por crianças das escolas municipais que fazem passeio por lá. Mas este não é o problema. A questão é que isso fez com que outras pessoas passassem a frequentar aquela área, que é particular. Já flagramos casais namorando, indivíduos caçando e até fazendo fogueira”, explica Orlindia Sampaio de Freitas, uma das proprietárias do sítio.
Disposto a apresentar uma solução que agrade a todos os lados envolvidos, o secretário da SEMADES, José Arnaldo, admite o problema. Por isso, convocou a reunião para debater quais as contrapartidas o poder público pode oferecer para que a estrada que dá acesso às rampas localizadas no Pico da Coragem siga liberada para os esportistas. “Infelizmente há pessoas que sobem e deixam seu lixo lá. Existe também a reclamação de que a produção agrícola da família está sendo impactada negativamente pelo uso desordenado da área. Temos uma perspectiva de construir políticas públicas de conservação ambiental e vamos tratar qual a melhor contrapartida que podemos dar a esta família para resolvermos tais questões”, disse o secretário da pasta.
O simples encontro entre todos os envolvidos já agradou aos membros da Família Freitas, que creem que seja possível chegar a um denominador comum. Orlindia garante que o objetivo dos proprietários não é receber contrapartida financeira “Não queremos simplesmente fechar e dizer que a partir de agora ninguém entra mais. Mas precisamos ter a garantia da nossa segurança, temos medo de dormir lá. Além disso, caso aconteça um acidente com algum esportista, nós podemos ser responsabilizados, pois eles estão em uma área que nos pertence. Sendo assim, precisamos ter a garantia de que tal responsabilidade não seja nossa”.

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