Concepção da Vida

*Carlos Bernardo González Pecotche

A verdadeira vida é a que a Logosofia ensina a viver. Essa vida conta com dois campos ou zonas perfeitamente definidas. A interna onde o espírito absorve o conhecimento de si mesmo (elixir da felicidade), e a externa, onde o ser prova a consistência das excelências logosóficas na prática diária.
Mas antes de alcançar a consciência dessa realidade deve-se experimentar, mediante o processo de evolução consciente, uma série de câmbios psicológicos e conceituais que determinem positivamente a vinculação com a vida superior.
A amplitude de objetivos e oportunidades que esse processo abre à vida permite que esta frutifique em ideias e pensamentos da mais bela qualidade. É dever não interrompê-lo, para não diminuir com isso as possibilidades nem os alcances da inteligência.
Conhecer a realidade do mundo interno, com seus imponderáveis elementos, que configuram a psicologia individual, é fazer que essa realidade pertença ao domínio da própria vontade. Dito domínio abarca o conhecimento real dos pensamentos que atuam na mente. Atraindo e escolhendo os melhores, pode o logósofo servir-se deles para dar completa realização a seus anelos e aspirações, e inclusive alcançar os grandes objetivos que se tenha proposto na vida.
O conhecimento das reações do temperamento, da suscetibilidade, e ainda o da zona em constante rebeldia do próprio ser autoritário, com sua impulsividade impressa nas palavras e nas ações, ajuda a resguardar a vida de toda eventualidade imprevista e desafortunada. As energias que alimentam tais reações, aproveitadas em virtude do processo de evolução consciente, começam a impulsionar as atividades da inteligência para fins de alta utilidade prática, como o são aqueles que concernem ao aperfeiçoamento dos três sistemas: mental, sensível e instintivo.
A vida externa, a que se projeta para fora de nós mesmos, nas relações com nossos semelhantes e nos contatos com fatos e coisas, deve refletir, se não toda, uma parte ponderável de nossa vida interior.
Organizada essa vida interior e cuidadosamente limpos todos os seus rincões, que brilharão como espelhos ter-se-á alcançado um novo e melhor conceito de si mesmo; e já não se incorrerá na superestimação do próprio, porque então se conta no haver com o que antes se possuía em aparência.
À medida que os conhecimentos logosóficos vão iluminando os âmbitos escuros do entendimento, o discípulo experimenta as emoções mais felizes.
Como não experimentá-las se está conhecendo o seu pequeno mundo? Um mundo que embora pequeno não deixa de ser tão maravilhoso como tudo o que foi criado para bem do homem e exaltação consciente de seu espírito.

*Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol) – www.logosofia.org.br

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