Estado do Rio tem um ônibus incendiado a cada nove dias

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Plataforma reúne dados sobre 430 ataques registrados nos últimos dez anos em 25 cidades – O Estado do Rio teve, em média, um ônibus incendiado de forma criminosa a cada nove dias entre 2014 e 2024. Levantamento inédito revela que, nos últimos 10 anos, 430 veículos foram atacados e destruídos, causando graves impactos à mobilidade da população que depende do transporte público para trabalho, estudos, acesso à saúde ou mesmo lazer. Cada ônibus incendiado interrompe vias públicas, paralisa atividades econômicas no entorno e põe em risco a segurança de passageiros, rodoviários e moradores das regiões onde os ataques ocorrem, principalmente em municípios da Região Metropolitana. Ao todo, 25 cidades já registraram casos em todo o Estado.
Se levar em consideração que um veículo incendiado deixa de transportar até 70 mil passageiros em seis meses, tempo necessário para a reposição do coletivo em condições técnicas e financeiras ideais, mais de 30 milhões de lugares não foram oferecidos no sistema de transporte por ônibus em linhas municipais e intermunicipais desde 2014. O efeito no deslocamento da população é imediato e preocupante: o número de usuários não transportados é equivalente à soma do total de habitantes dos estados de Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, segundo dados divulgados pelo IBGE.

Para alertar as autoridades responsáveis pela segurança e informar a sociedade sobre os prejuízos à mobilidade urbana, a Semove está lançando a plataforma Ônibus em chamas, que reúne dados sobre os veículos incendiados em atos de vandalismo desde 2014. Na ferramenta, será possível consultar cada caso registrado no Estado, tendo acesso a informações como data, local e quantidade de ataques; a empresa responsável pela operação da linha e os custos para reposição dos coletivos destruídos. Como um ônibus novo custa, em média, R$ 850 mil, a perda nos últimos dez anos chega a R$ 365 milhões.

– São recursos que poderiam estar sendo investidos na melhoria da mobilidade urbana, em busca da qualidade que o passageiro tanto deseja. A segurança, não só nos ônibus, como também nos acessos e no ponto de espera, é um fator que influencia o comportamento do usuário e pode afastá-lo do transporte público. Compartilhar essas informações numa ferramenta pública é uma contribuição importante que o setor de ônibus pode dar às autoridades responsáveis e a toda sociedade em prol de um transporte cada vez melhor, mais seguro e eficiente – afirma Richele Cabral, diretora de Mobilidade da Semove, entidade que representa 174 empresas em todo o Estado do Rio.

O lançamento da plataforma no site da Semove será marcada pela campanha “Quando um ônibus é queimado, quem perde é você”, que vai disponibilizar à população informações sobre o impacto que os ataques causam diariamente a quem precisa se deslocar utilizando o transporte público. A divulgação será feita em terminais de ônibus, em pontos de grande movimento e nas redes sociais da Semove. A ação tem o apoio do Disque Denúncia (2253-1177), que tem uma parceria com o setor de ônibus para o registro e a análise de informações sobre casos de violência no transporte público, a fim de auxiliar as autoridades policiais.

A colaboração com as forças policiais para ações de prevenção e repressão a ataques ao sistema de ônibus é cada vez mais importante pela repetição dos casos ao longo dos últimos dez anos, inclusive durante o período de pandemia entre 2020 e 2022. Neste intervalo, foram queimados 25 ônibus mesmo com as restrições impostas para deslocamento.A análise dos números ano a ano revela que é um crime que se manteve constante, com ápice em 2017 com o registro de 94 casos. Em 23 de outubro do ano passado, aconteceu a maior série de ataques com 35 veículos destruídos em diversos pontos da Zona Oeste da cidade do Rio.

– Cada ônibus incendiado é menos um ônibus nas ruas no dia seguinte e menos um ônibus que está em circulação que deixa de ser renovado. Sem dúvida, o maior prejuízo é o do passageiro, que terá menos opções de transporte. Deve ser lembrado que não há seguro para ataques criminosos a ônibus, e o prejuízo é de todos – ressaltou Richele Cabral.

Ônibus incendiados 2014-2024 Por ano 
Os 10 municípios com mais casos registrados  201474
   201540
Rio de Janeiro239 201644
Duque de Caxias55 201794
Nova Iguaçu24 201845
Magé18 201925
Niterói17 20209
São Gonçalo16 202111
Belford Roxo12 202211
Japeri8 202358
Macaé8 202419
São João de Meriti6 Total430
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