Baixada Fluminense terá seu segundo cemitério particular

Ex-agente funerário ressuscitou empresa, virou dono de funerárias e agora está investindo na construção de um cemitério sustentável em Queimados Foto: Adriano Castilho

Ex-agente funerário ressuscitou empresa, virou dono de funerárias e agora está investindo na construção de um cemitério sustentável em Queimados
Foto: Adriano Castilho

Previsto para 2018, o primeiro cemitério particular de Queimados, o segundo na Baixada Fluminense – só tem o Jardim da Saudade em Mesquita – está em construção num terreno de 31 mil metros quadrados, na Estrada do Caramujo. Projeto do engenheiro Bruno Villas Boas, o empreendimento será sustentável. De acordo com Adriano, 85% da iluminação virão da energia solar e toda a água da chuva será drenada por calhas subterrâneas e tratada para irrigar a vegetação.
O cemitério contará com 5.818 lotes e 3.400 gavetas. Estas serão dispostas num corredor com o formato de uma flor. O local também terá espaço para 1.080 nichos para guardar as cinzas e ossos de exumações. “Queria fazer um projeto diferente do que é visto por aqui. O mais importante, no entanto, é que os moradores da Baixada possam enterrar os seus parentes perto de casa. Como a oferta de vagas é pouca na região, muitos acabam em cemitérios do Rio e não podem visitar os seus entes queridos com freqüência” explica o empresário.
A obra é a realização de um sonho antigo de Adriano Castilho, de 40 anos, dono da rede de funerárias Envida Rio. Para conquistar o sucesso, porém, o empresário queimadense penou. Literalmente! Tanto que chegou a dormir dentro de um caixão para economizar o dinheiro do aluguel.
Antes da vida de Conde Drácula, porém, Adriano teve que se virar para ajudar a família. Aos 9 anos, limpava pimentões e tomates numa quitanda. Um ano mais tarde, passou a vender bolas e bambolês na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, no Rio. Com 11, entrou para o serviço funerário. “Meu primeiro trabalho foi forrar os caixões. Depois, virei mensageiro. Aos 15, já era agente funerário. Nessa época, fui para o Rio e passei dois anos dormindo num colchonete que colocava dentro de uma urna”, recorda.
Em 1992, Adriano juntou as suas economias e partiu para Queimados, cidade que acabara de se emancipar de Nova Iguaçu. Com a ajuda do tio e de um amigo, arranjou um terreno e montou a funerária Deus e Deusas, que, dois anos depois, virou a Envida: “Dei esse nome porque, durante os funerais, ouço todo mundo falando que “fulaninho fez tal coisa em vida”. É a expressão mais repetida”, revela.
Ao longo de 23 anos, o empresário fechou a funerária quatro vezes. Em 1998, ele sofreu um atentado e se mudou com a família para o interior de Minas Gerais. Apenas em 2001, ressuscitou o negócio. Hoje, toca a Envida em Queimados e nas filiais de Nova Iguaçu, Japeri, Itatiaia, Resende e Petrópolis com a ajuda da mulher, Denise Castilho, de 39.

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