Dicas de Português – 29/04/15

O INFINITIVO PESSOAL FLEXIONADO

Para ir ou irem? Convém ir ou irmos? A chance de eles ganhar ou ganharem? Problemas a ser ou a serem resolvidos? Têm sido muitas as perguntas das pessoas sobre o infinitivo, que é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o particípio. Por sua própria essência e natureza, o infinitivo é uma expressão verbal que não comportaria flexão – é o chamado infinitivo impessoal.

A língua portuguesa tem a peculiaridade de poder (e às vezes dever) flexionar o infinitivo, que passa a ser chamado de infinitivo pessoal. Esse infinitivo pessoal, que apresenta um fato ou uma ação de modo geral, está usualmente ligado a uma preposição – para ir, vontade de sair, interesse em ficar.
O INFINITIVO FLEXIONA

1 – Quando tem sujeito claramente expresso, ou seja, quando o pronome pessoal ou substantivo está na mesma oração do infinitivo, geralmente ao seu lado. É o único caso deflexão obrigatória:
É melhor nós irmos embora já.

Convém os idosos saírem em primeiro lugar.

2 – Quando se refere a um sujeito não expresso que se quer dar a conhecer pela desinência verbal, até mesmo para evitar ambiguidades:
Mencionei a intenção de vendermos a casa.

É melhor saíres agora – está na hora de irmos embora.

Observe que as mesmas frases sem a flexão não deixariam claro o sujeito: “mencionei a intenção de vender” poderia significar “eu vender”; “é melhor sair” e “está na hora de ir” pode se referir a eu, ele, ela, você.
FLEXÃO NÃO OBRIGATÓRIA

A flexão é desnecessária quando o sujeito do infinitivo [ou da oração reduzida de infinitivo] é o mesmo que o sujeito ou o objeto da oração anterior, ao contrário dos casos acima. Tendo sido expresso de alguma forma na primeira oração, o sujeito já está claro, não precisando figurar outra vez no mesmo enunciado. Observe nas frases abaixo que é muito mais elegante a não flexão:

Cometeram irregularidades só para agradar ao patrão.

Convidou os colegas a participar do debate.

Vale repetir que quando não há um sujeito expresso (em outros termos: quando o pronome pessoal ou o substantivo vem antes da preposição que rege o infinitivo), a flexão é facultativa, isto é, pode-se usar o infinitivo no plural, embora seja mais interessante não flexionar:
Os dados servem para guiar/ guiarem a comunicação das empresas.

Reuniram-se os escoteiros a fim de deliberar/ deliberarem sobre o local do encontro.

Todos discutiram uma forma de se proteger/ protegerem dos abusos.
Dicas de Português: Ponto e vírgula

No dia a dia corporativo, um sinal de pontuação que merece atenção é o ponto e vírgula (expressão que, pelo Novo Acordo Ortográfico, não faz mais uso de hífen).

Emprega-se nos seguintes casos:

– Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

Por Exemplo:
O rio está poluído; os peixes estão mortos.

– Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.

Por Exemplo:
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.

– Para separar itens de uma enumeração.

Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram:
brinquedos;
balões;
pipoca.

– Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula.

Por Exemplo:
Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

– Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.

Por Exemplo:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

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