Desordem no Calçadão de Nova Iguaçu

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Uma das cenas mais comuns do Calçadão de Nova Iguaçu é a distribuição dos papéis ‘compro ouro’ Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Uma das cenas mais comuns do Calçadão de Nova Iguaçu é a distribuição dos papéis ‘compro ouro’
Foto: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Imagine você estar caminhando pelo calçadão de sua cidade e de repente se deparar com dezenas de obstáculos até finalmente conseguir concluir suas compras. Certamente isso dificultará em muito a sua ida para casa, concorda? Pois é! No Calçadão de Nova Iguaçu, está muito mais complicado do que você pode imaginar. Quem costuma passar por lá, sabe como é a disputa por espaço físico e sonoro. Este último é o que os pedestres mais reclamam.
A concorrência pela sua atenção auditiva começa no momento em que tentam te convencer a leva o chip de diversas operadoras ou a película para celular. Ao mesmo tempo o vendedor de bolsas disputa em decibéis altíssimos com o locutor da papelaria para mostrar quem tem o melhor preço das mochilas. E não para por aí, a loucura fica ainda maior quando você chega à Praça Rui Barbosa e seus ouvidos ficam indecisos se ouvem a música da tenda de uma universidade ou da outra que fica ao lado e toca canções evangélicas. Este é o cenário embaraçoso que o centro comercial iguaçuano, um dos principais do Estado do Rio de Janeiro, oferece diariamente aos seus consumidores.
160311 H61aO pastor e cantor evangélico, Ivair Caldas, de 57 anos, é uma das pessoas que se sentem incomodadas com a situação. “É muita poluição visual e sonora. Para divulgar meu trabalho nunca precisei fazer essa bagunça que se tem visto no centro de Nova Iguaçu. Para conquistar as pessoas precisam da suavidade da palavra e não dessa gritaria. Não sei se esta bagunça é autorizada ou apenas ignorada”, disse.

Diversidade de obstáculos

Lojas ocupam espaço público com mercadorias ainda dentro das caixas e atrapalham pedestres
Lojas ocupam espaço público com mercadorias ainda dentro das caixas e atrapalham pedestres

O shopping a céu aberto é indiscutivelmente o local onde se pode encontrar de tudo, desde os biscoitos e bebidas até os mais sofisticados planos de saúde. Mas antes disso, é preciso passar por alguns manequins de roupas, esteiras com calçados a venda, gelo, verduras, dentre diversos outros obstáculos, tudo isso no calçadão e nas ruas transversais. Achou pouco? Não para por aí. A descarga de mercadorias também era possível ser vista disputando o espaço com os pedestres. Mas quem esperava ver a equipe de Postura da Prefeitura da Prefeitura de Nova Iguaçu cansou de esperar. Durante vários dias a equipe do Jornal de Hoje percorreu o calçadão e não avistou os agentes fazendo o trabalho de fiscalização.

 

 

 

A gari Lucilene Mendes sugeriu lei para coibir a sujeira
A gari Lucilene Mendes sugeriu lei para coibir a sujeira

E o que falar dos entregadores de papelzinho de publicidade? Sem dúvidas esses são os maiores obstáculos dos pedestres. É possível recolher mais de 10 anúncios em uma curta distância. Se você está procurando um dentista ou um local para comprar e vender ouro, saiba: é possível encontrar no Calçadão de Nova Iguaçu. Quem não gosta nenhum pouco disso é a gari Lucilene Mendes. Ela é uma das pessoas que garantem (ou menos tentam garantir) o local limpo e reclama do excesso de papeis no chão. “Deveria acabar com essa sujeira liberada em Nova Iguaçu. A gente passa varrendo e quando olha para trás já têm muitos papeis jogados no chão. Essa lei do município do Rio que multa quem joga lixo no chão deveria vir para Nova Iguaçu. É a única solução que eu vejo”, sugeriu.
Enquanto a gari Lucilene limpava tudo, o casal de aposentados Nilzete da Silva, de 64 anos, e Jorge Freitas, 71, contribuía com a limpeza urbana, jogando na lixeira um desses diversos papeizinhos que praticamente foram obrigados a pegar. O casal reclama do incomodo causado pelos obstáculos, que no caso deles, é muito pior, uma vez que caminham com dificuldade e não conseguem desviar daqueles que estendem a mão oferecendo os folhetos.

CDL E Acini pedem fiscalização da Prefeitura

Gerente administrativo da CDL, Aluízio Borges
Gerente administrativo da CDL, Aluízio Borges

A equipe do Jornal de Hoje foi à Câmara de Dirigentes Lojistas de Nova Iguaçu (CDL), onde foi recebida pelo gerente administrativo, Aluízio Borges. Segundo ele, a competência da CDL é somente no que diz respeito ao serviço de proteção ao crédito e que a responsabilidade da organização urbana é da Prefeitura de Nova Iguaçu, não tendo a CDL gerência neste serviço.

Vice-presidente da Acini, José Luiz Teixeira
Vice-presidente da Acini, José Luiz Teixeira

Na Associação Comercial e Industrial de Nova Iguaçu (Acini), a equipe de reportagem foi recebida pelo vice-presidente José Luiz Teixeira. Ele também põe a responsabilidade de fiscalização na conta da prefeitura e diz que o órgão tem como objetivo a defesa dos interesses dos empresários e da classe produtora da cidade de Nova Iguaçu, cooperando com as autoridades, representando e defendendo os empresários. Segundo ele, a associação entende que as pessoas são os maiores patrimônios do município. Por isso, a Acini tem acompanhado a situação do calçadão e seu entorno, através de fotos, áudios e vídeos, que serão apresentados às autoridades e a todos os presentes, durante o primeiro Fórum Cultural de Nova Iguaçu, que está previsto para acontecer nos próximos dias 24 e 25 de junho.
José Luiz Teixeira disse ainda que além da Acini acompanhar o problema, a associação quer discuti-lo em busca de trazer melhorias para os consumidores e toda a população. “O objetivo é estudar e discutir diversas situações no contexto contemporâneo, que interferem na atual conjuntura do município e para onde ele caminha. Dentre os assuntos já abordados em reunião então o crescimento/esvaziamento; progresso/degradação; ordem/desordem urbana; a mobilidade urbana; calçadas; serviços de iluminação; coleta de lixo; material reciclado; entre outros”, revela o vice-presidente.
Além disso, Teixeira informou que quando recebe queixas sobre algum associado, este é convidado para uma conversa, a fim de normalizar a situação. “Na última reunião falamos sobre a campanha pela ética na publicidade, visando que os anúncios sejam feitos somente em locais autorizados. Sobre os ambulantes, não tenho nada contra eles, muito pelo contrário. Eles são fundamentais para o município, uma vez que atendem justamente com os produtos de nossa necessidade. Mas, é preciso atentar para a dosagem. Nada em excesso é agradável”, concluiu.
O Jornal de Hoje também entrou em contato com o Sindicato de Comércio Varejista de Nova Iguaçu (Sincovani) para ouvir a opinião do presidente Uéliton Pessanha sobre o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Prefeitura afirma punir infratores com rigor da lei

Em nota, a Prefeitura de Nova Iguaçu, através do secretário municipal de Defesa Civil e Ordem Pública, Luiz Antunes, informou que tem atuado sistematicamente com o seu quadro de fiscais no combate a quem transgride às normas de Postura no comércio de Nova Iguaçu e que os infratores são punidos no rigor da lei. Antunes disse também que para manter a ordem no comércio, todos os infratores, formais ou informais, são notificados e punidos. Em casos de reincidência, as mercadorias são apreendidas.
Quanto à questão das caixas de som, o secretário disse que a fiscalização é feita em conjunto com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a quem cabe realizar a aferição para detectar se o volume excede o limite permitido, de forma a não interferir negativamente na qualidade de vida das pessoas.

por Erick Bello – erick.bello@jornalhoje.inf.br

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