
O aumento da violência na Baixada Fluminense e no Rio de Janeiro levou a morte mais cinco policiais militares nos últimos dias. O banho de sangue começou na última quinta-feira (10), com o assassinato de um PM da Unidade de Polícia Pacificadora São João, no Rio. No sábado, um sargento morreu em uma tentativa de assalto, em Mangaratiba. No domingo, foi a vez de um policial ser executado no bairro Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio. No mesmo dia, um PM reformado foi morto em um bar, em São João de Meriti. A última vítima foi um sargento lotado no 39º BPM (Belford Roxo), executado na comunidade Parque Floresta. Com mais estes casos, o número de policiais militares em atividade mortos no estado em 2016 chega a 19. Desde janeiro, 78 PMs foram baleados.
A violência está descontrolada e atinge policiais militares das Unidades de Policia Pacificadora (UPP) também em grande escala. Na quinta-feira, o soldado Pedro Raphael Zaluski de Oliveira, de 29 anos, lotado na UPP São João, morreu durante um confronto com bandidos, no Morro São João, na Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com o comando da UPP, o soldado estava na corporação há 11 anos. Um outro agente foi baleado na ação e levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.

No sábado, o sargento Marcelo Oliveira Tostes, de 45 anos, morreu após ser baleado durante uma tentativa de assalto, no bairro Muriqui, no município de Mangaratiba. A mulher dele, também foi baleada, mas sobreviveu. Ainda no sábado, o subtenente reformado da PM, Raimundo Pacheco, de 73 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça quando estava num bar na Rua Professor Oswaldo Marcondes, no bairro Agostinho Porto, em São João de Meriti, por volta das 17h. Segundo informações de testemunhas, o assassino seria um homem em um Volkswagen Polo branco que parou, disparou e fugiu. O corpo de Raimundo foi sepultado na tarde de ontem, no Cemitério Vila Rosali, em São João de Meriti. O subtenente da PM reformado tinha 33 anos de serviços prestados à corporação. Nas redes sociais, amigos comentam que ele trabalhava como segurança na Lansa, concessionária que administra a Linha Amarela.
De acordo com o delegado Brenno Carnevale, não dá para descartar nenhuma hipótese sobre a motivação do crime, porém, acredita-se que tenha sido execução. “Já estamos investigando este caso. Recuperamos a imagem de uma câmera de segurança e em breve ouviremos testemunhas. Os parentes dele ainda não estiveram aqui, então ainda não temos detalhes de possíveis autores”, disse Carnevale. O caso está sendo investigado na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
No domingo, o soldado Raphael Nogueira Gama Gomes, 34 anos, foi assassinado no bairro Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Ele, que trabalhava na Reserva Única de Material Bélico do Batalhão (RUMB) e era lotado na UPP Macacos, estava de licença-paternidade e havia sido promovido na semana passada. O corpo foi encontrado no banco traseiro de seu carro. O PM teria sido reconhecido como policial e executado com tiro de fuzil por bandidos da Providência.
Policial executado no Parque Floresta
Na madrugada de ontem, o segundo sargento Vinícius Moreira Eduardo, de 38 anos, lotado no 39º BPM (Belford Roxo) foi morto com um tiro na cabeça durante o serviço na comunidade Parque Floresta. Segundo informações de policiais, Vinícius e seu companheiro de farda do Grupamento de Ações Táticas (GAT) estavam em patrulhamento no Parque Floresta, na localidade conhecida como Casinhas, quando avistaram um movimento estranho e foram abordar. Ao chegar ao local, avistaram um homem armado com um fuzil e antes mesmo que pudesse reagir, Vinícius foi atingido na cabeça por um disparo de arma de fogo. De imediato, seu companheiro o colocou na viatura e o socorreu para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, porém, ele não resistiu e morreu.
O Comandante do 39º BPM, tenente coronel Souza, esteve no Instituto Médico Legal, em Nova Iguaçu para prestar solidariedade à família. “Lamento a morte desse companheiro de trabalho. É muito triste um momento como esse. Infelizmente veio a acontecer próximo a nós. Vamos intensificar o patrulhamento e encontrar os culpados”, disse o comandante. O segundo sargento Vinícius estava na corporação há 17 anos. O caso foi registrado na 54ª DP (Belford Roxo).
por Erick Bello – erick.bello@jornalhoje.inf.br