Moro abre nova ação contra Vaccari Neto por lavagem de dinheiro

Ex-tesoureiro do PT ganhou a segunda ação penal. Na primeira ele é acusado de ser o "responsável por acolher as doações e tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores, segundo o juiz Foto: Agência Reuters

Ex-tesoureiro do PT ganhou a segunda ação penal. Na primeira ele é acusado de ser o “responsável por acolher as doações e tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores, segundo o juiz
Foto: Agência Reuters

A Justiça Federal abriu nova ação penal contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por lavagem de dinheiro. A decisão é do juiz Sérgio Moro, que conduz os processos criminais da Operação Lava Jato. Também são acusados o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e o executivo Augusto Mendonça, do Grupo Setal, um dos delatores da Lava Jato.
Segundo o Ministério Público Federal, parte da propina dirigida à Diretoria de Serviços da Petrobras teria sido repassada, a pedido de Renato Duque – então diretor de Serviços – como doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores no montante de R$ 4,26 milhões.
É a segunda ação penal aberta contra Vaccari. Na primeira ele é acusado de ser o “responsável por acolher as doações e tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores”.
A ação aberta ontem (30), tem base em depoimento complementar de Augusto Mendonça, executivo do Grupo Setal, um dos delatores da Lava Jato. Ele afirmou que a empreiteira SOG/SETAL, a pedido de João Vaccari Neto, também direcionou R$ 2,3 milhões das propinas acertadas em pagamentos à Editora Gráfica Atitude, sediada em São Paulo. A gráfica é ligada ao PT.
Em outras palavras, parte da propina acertada no esquema criminoso da Petrobrás teria sido direcionada como doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores e parte direcionada em pagamentos à Editora Gráfica Atitude”, assinalou o juiz Sérgio Moro.
Ao analisar a denúncia que imputa 24 operações de lavagem de dinheiro a Vaccari, o juiz da Lava Jato observou. “Quanto ao dolo de João Vaccari, há afirmações de criminosos colaboradores de que ele tinha conhecimento da origem e natureza criminosa dos valores envolvidos e, além disso, tratando-se, segundo a imputação, de transferências realizadas com base em contratos simulados, o agir doloso é a explicação provável para o emprego destes estratagemas subreptícios.”
“Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a denúncia contra os acusados Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, João Vaccari Neto e Renato de Souza Duque.” O juiz deu prazo de 10 dias para os acusados apresentarem resposta à acusação.

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