
Condenado na Justiça francesa por lavagem de dinheiro, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) disse na terça-feira, que vai investigar se o Palácio do Planalto está oferecendo cargos para “comprar” partidos e deputados em troca de livrar a presidente Dilma Rousseff do impedimento. Membro titular da comissão especial do impeachment, Maluf disse que, se ficarem comprovadas as ofertas ao PP, mudará seu voto e defenderá o afastamento da petista.
Dizendo-se “não comercializável”, Maluf demonstrou indignação com as denúncias de negociação entre governo e os atuais aliados PP, PR e PSD. “Quando acho que devo votar, eu voto de graça. Quando eu acho que não devo votar, não tem cargo que faça mudar meu ponto de vista”, afirmou.
Maluf disse acreditar que Dilma é uma pessoa correta, honesta e que não merece o impeachment. “Eu já sofri muito na vida pública, injustiças, portanto eu não posso cometer uma injustiça contra uma pessoa correta”, alegou. O deputado disse que pode mudar sua opinião sobre o afastamento de Dilma se comprovar que houve oferta de cargos para deputados. “A única maneira de mostra que eu não recebi, não recebo e não receberei cargos é votando pelo impeachment”, declarou.
A decisão, no entanto, ainda não foi tomada. “Estou investigando e vou investigar membros do meu partido”. Ele se considera liberado para votar no processo de acordo com sua consciência.